Chico Science foi um cantor, compositor e um dos principais representantes do Movimento Manguebeat, ritmo que ajudou a propagar o Brasil e a cultura pernambucana para cenários internacionais.
Francisco de Assis França nasceu no dia 13 de março de 1966, em Olinda. Desde novo era um grande apreciador de música e fã de soul-music, funk e do hip-hop. Aos 18 anos, Chico entrou para um dos principais grupos de dança de rua do Recife, o Legião Hip-Hop.
Inspirado nos ritmos que era fã, no final dos anos 80, Chico integrou algumas bandas com tais estilos, como a Orla Orbe e Loustal.
Em 1991, conheceu, em sua cidade de origem, um grupo de percussão de origem afro que se chamava “Lamento Negro” e que fazia trabalhos solidários na periferia do Recife. O conjunto mesclava ritmos como maracatu rural e coco de roda com o samba-regue.
Foto: Reprodução/Wikimedia Commons
No mesmo ano, fundindo os grupos Loustal e o Lamento Negro, surgiu “Chico Science e Lamento Negro”, que depois foi chamado de “Chico Science e Nação Zumbi”. A banda que misturava os ritmos maracatu rural e coco de roda, com o rock’n roll, o hip-hop, o funk rock e a música eletrônica, logo chamou muita atenção da mídia.
Junto com sua banda, Chico Science lançou dois CDs: O primeiro disco, “Da Lama ao Caos”, ajudou a lançar a banda no cenário nacional. O segundo, “Afrociberdelia” foi o responsável por divulgar a peculiaridade do cantor e do grupo mundo a fora, quando fez sucesso em turnês pela Europa e Estados Unidos, ganhando o público e a crítica. Ambos os trabalhos foram incluídos na lista dos 100 melhores discos da música brasileira da revista Rolling Stones.
O sucesso e genialidade de Chico foram precocemente interrompidos quando um trágico acidente tirou a sua vida em 2 de fevereiro de 1997. Chico colidiu seu Fiat Uno em um poste e morreu no local. Graças às falhas que o cinto de segurança apresentou, a família do cantor recebeu uma indenização de R$ 10 milhões da fábrica de automóveis, que foi responsabilizada pela sua morte.
Movimento Manguebeat
O movimento “Mangue Beat” nasceu a fim de propagar a cultura do Recife, misturando o tradicional com o moderno. O nome faz uma alusão a um ecossistema típico da região (mangue) com a palavra “batida” (beat).
Não demorou para o manguebeat e a Nação Zumbi ganharem mundo a fora. Junto com a mistura de ritmos, outra grande representante do movimento era alguns adereços, como uso do chapéu de palha, o óculos escuro, camisas estampadas, tênis, colares coloridos e tendo o caranguejo como principal símbolo.
Após a morte do líder, Nação Zumbi continuou fazendo apresentações e não deixou de existir. A banda agora conta com o antigo percussionista Jorge Du Peixe como vocalista. Junto ao grupo, outros grandes representantes do ritmo são: Mundo Livre S/A, Mombojó, Otto, Cordel de Fogo Encantado, entre outros.
