Biografia de Ferreira Gullar

“Uma parte de mim é todo mundo; outra parte é ninguém: fundo sem fundo”, este é um trecho de um dos poemas mais conhecidos de Ferreira Gullar, “Traduzir-se”, retirado do livro “Na Vertigem do Dia”, de 1980. Trata-se de apenas um recorte das ricas obras que o autor compôs ao logo dos seus 86 anos.

Gullar sempre foi um amante das palavras e levava a vida brincando com elas. Deve ter sido por isso que suas profissões estavam relacionadas ao uso dos vocábulos, seja para informar, fazer os leitores refletirem ou, simplesmente, para entreter o público leitor. Assim, o escritor também era jornalista, poeta, crítico e teatrólogo.

Vida de Ferreira Gullar

No dia 10 de setembro de 1930, o poeta Gullar integrava a família de Newton Ferreira e Alzira Ribeiro Goulart, em São Luís, no Maranhão. Sendo o quarto dos 11 filhos do casal, o escritor ainda menino nem sonhava em um dia ser um dos mais importantes poetas do Brasil.

biografia-de-ferreira-gullar

Foto: Reprodução/Fernando Frazão/Agência Brasil

José de Ribamar Ferreira, o seu nome verdadeiro, dividiu a infância entre os estudos e as brincadeiras na rua. Até que encontrou-se com a verdadeira realidade do mundo adulto e preferiu virar poeta.

Aos 18 anos, segundo a Agência Brasil, frequentava bares em São Luís onde aos domingos havia recitais de poesia. Chegando aos 19, conheceu as obras de Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira. A partir de então passou a estudar mais sobre a estética dos poemas e encontrou-se no mundo das letras.

Em 1950, foi morar no Rio de Janeiro e na cidade maravilhosa participou da exposição concretista. Mais tarde, após entregar os movimentos artísticos com poesias e poemas, foi preso Departamento de Polícia Política e Social. De acordo com o R7, em 1977, Gullar teria passado por um interrogatório e foi solto 72h depois, graças a pressão dos amigos e de algumas autoridades do regime.

A vida de Gullar é repleta de marcos literários pois o artista ganhou diversas premiações. Em 2014, passou a integrar a Academia Brasileira de Letras, sendo conhecido como um grande colecionador de prêmios.

Estética e obras do autor

Após entrar em contato com as obras de Drummond e Bandeira, Gullar acreditava que precisava encontrar uma forma de fazer seus próprios poemas. Surge então os seu estilo literário, o de reinventar sempre. Para o autor, as obras precisavam ser escritas de maneiras únicas, sem fórmulas. Além disso, o autor teve contato com o movimento neoconcreto, que surgiu em 1959.

Tempos depois abandonou o neoconcreto e passou a dedicar-se à luta revolucionária. O trabalho de Gullar voltou-se para temas que permeava-se a política e batia de frente com a Ditadura Militar, regime do Brasil na época. A prisão, o exílio e as formas de tortura que o autor passou foram suficientes para preencher sua carreira com obras que relatavam tal realidade.

De todos os seus 17 livros publicados com seus poemas, “Poema sujo”, de 1976, é o mais conhecido de Gullar. Além deste poema, o autor também ficou imortalizado em outras obras, como “A Luta Corporal” (1954), “Um rubi no umbigo (1978), e “Muitas vozes” (1999).

Morte de Gullar

Aos 86 anos a vida de Gullar é interrompida devido à pneumonia. De acordo com a EBC, o escritor estava internado no Hospital Copa d’Or, na zona sul do Rio, onde teria morrido no dia 4 de dezembro de 2016. José de Ribamar Ferreira marcou a história literária do Brasil, sendo um dos poetas mais importantes do país.

Sobre o autor

Jornalista (MTB-PE: 6750), formada em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo, pela UniFavip-DeVry, escreve artigos para os mais diversos veículos. Produz um conteúdo original, é atualizada com as noções de SEO e tem versatilidade na produção dos textos.