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Biografia de Guimarães Rosa

Nascido em 27 de junho de 1908, em Cordisburgo, Minas Gerais, João Guimarães Rosa sempre foi encantado por outras línguas, além do português. O autor passou por vários colégios até fixar-se em Belo Horizonte, iniciando seus estudos da língua alemã. Cursou Medicina, mas antes de formar-se, em 1929, iniciou sua carreira como escritor escrevendo seus primeiros contos, premiados em concurso da revista O Cruzeiro.

Guimarães Rosa

Foto: Reprodução

Em 1930, casou-se com Lígia Cabral Penna, com quem teve duas filhas. Formou-se e exerceu a profissão de medicina nas cidades do interior de Minas, mas abandonou a carreira ao deparar-se com a precariedade das condições materiais para exercer. Como concursado, no entanto, trabalhou como Oficial Médico no 9° Batalhão de Infantaria, onde percebeu que de fato não se conectava com a profissão.

A carreira literária

No ano de 1936, o autor concorreu em diversos concursos literários. Sua obra “Magma”, uma coletânea de seus poemas, recebe então o prêmio da Academia Brasileira de Letras. No ano seguinte, recebeu o prêmio Humberto de Campos pelo livro “Saragana”, anteriormente chamado de “Contos”. Por meio desta obra, o autor começa a registrar o regionalismo por meio de sua maior característica: a linguagem.

Quando viaja para a Europa no ano de 1938, Guimarães Rosa entra em contato com Aracy Moebius de Carvalho, sua segunda mulher. Entre 1938 e 1944, Guimarães Rosa foi nomeado em Hamburgo, na Alemanha, cônsul-adjunto da cidade. É detido na Alemanha devido ao rompimento dos relacionamentos internacionais entre Brasil e Alemanha em 1942, e é solto após certo período em troca de diplomatas alemães. Na Colômbia, o autor permaneceu por alguns anos, onde exerceu a função de secretário da Embaixada de Bogotá.

Em 1951, o autor volta para o Brasil e começa a dedicar-se à escrever sobre a vida sertaneja, envolvendo os hábitos, músicas, costumes e crenças. Nesta fase, produz sua obra “Corpo de Baile”, dividida em “Manuelzão e Miguilim”, “No Urubuquaquá” e “Pinhém e Noites do Sertão”, além de “Com o Vaqueiro Mariano”, reportagem poética publicada no Correio da Manhã.

Começou a inovar em suas formas e escrita a partir do seu livro mais conhecido até hoje, “Grande Sertão: Veredas”. Nesta obra, o autor passou a ser reconhecido como um destaque especial na 3ª geração pós-modernista.

Guimarães Rosa assumiu, após certa relutância – foi nomeado em 1963, mas assumiu apenas em 67 -, a cadeira na Academia Brasileira de Letras. Em seu discurso, usou a frase “A gente morre é para provar que viveu” e, após três dias deste fato, o autor faleceu vítima de um infarto, aos 59 anos, em 19 de novembro de 1967.

Características literárias

Guimarães rosa era um autor muito ligado aos pensamentos místicos e supersticiosos, e tinha crenças politeístas. Fazia uso dos neologismos – criação ou recriação de palavras -, além de romper com técnicas tradicionais romancistas.