O pai de Casimiro não aprovava o interesse que o filho demonstrava pela literatura e desejava que ele perdesse as tendências literárias o mais rápido possível. Foi com essa intenção que o jovem poeta foi mandado para Portugal, mais especificamente Lisboa, aos 16 anos afim de que lá mudasse de interesses.
No entanto foi lá, no país primo do Brasil, que a vida literária de Casimiro de Abreu realmente começou. Foi lá também que ele escreveu a maior parte dos poemas que constam no livro “Primaveras”, uma coleção de poesia sentimentais, e toda a peça teatral “Camões e Jau”, que ganhou uma encenação em 1856, em Lisboa, e foi muito aplaudida pela imprensa portuguesa.
Foi em Portugal que ele escreveu a maioria dos seus poemas, na verdade, pois quando voltou ao Brasil, em 1857, a saúde dele estava bastante abalada e ele teve que repousar na fazenda da família. Após o período de descanso Casimiro teve que voltar para o comércio do pai mesmo contra a própria vontade. Seguiu-se um período de pouca poesia e muita melancolia na vida do rapaz que queria ser poeta, mas tinha que viver como comerciante.
Em outubro de 1860 Casimiro de Abreu não resiste a tuberculose e morre, na cidade de Nova Friburgo, Rio de Janeiro.
Casimiro é patrono da cadeira nº 6 da Academia Brasileira de Letras – ABL, e é autor do poema “Meus oito anos” um dos poemas mais populares da língua portuguesa, que fala sobre a saudade da infância e das coisas comuns que fazem parte dela.
O poeta escreveu pouco ao longo da sua curta vida, mas a sua poesia vive até nos dias atuais, por conter temas atemporais como as tristezas da vida, a saudade da pátria e o amor.
Oh! que saudades que tenho
Da aurora de minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
A sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
[…]