Após desistir da Faculdade de Direito, Antonio Candido concluiu a de filosofia e pouco tempo depois já estava atuando como professor na USP. Iniciou a lecionar em 1942, como assistente do professor da cadeira de Sociologia II, Fernando de Azevedo. Já em 1943 estava atuando em jornais, como a Folha da Manhã, onde resenhou e escreveu artigos sobre obras de autores da época, a exemplo de Clarice Lispector e João Cabral de Melo Neto.
Como crítico esteve à frente, inicialmente, da revista Clima. Durante 1941 e 1944 atuou neste periódico ao lado de outros estudiosos como Décio de Almeida Prado, Paulo Emílio Salles Gomes, Gilda Rocha de Mello e Souza e Alfredo Mesquita. E mesmo trabalhando, Antonio Candido não deixou de se especializar.
Já em 1945, o crítico e professor obteve o título de livre-docente com a tese Introdução ao Método Crítico de Sílvio Romero. Sua tese de doutorado, defendida em 1954, em Ciências Sociais tinha como título Os Parceiros do Rio Bonito, onde ele aborda as características do “caipira” brasileiro, sob as perspectivas sociológica e antropológica.
De acordo com o site do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), Antonio Candido foi um educador por excelência, além de atuar, simultaneamente, como pesquisador da área de sociologia e como crítico literário. “A migração da sociologia para a literatura se dá de forma definitiva nas primeiras experiências como professor de literatura. Na década de 60, é convidado a ensinar teoria geral da literatura na Faculdade de Assis e, em 1961, inaugura, na USP, uma disciplina chamada teoria literária e literatura comparada.”
A aposentadoria veio em 1978, mas mesmo assim continuou como professor do curso de pós-graduação até 1992.
Mesmo atarefado com as questões sociológicas e educacionais do Brasil, o literário e professor Antonio Candido mostrou-se empenhado na política brasileira. Compondo o Partido Socialista Brasileiro (PSB) e ao lado de outros militantes, fez oposição ao governo de Getúlio Vargas. Uma das tantas ferramentas utilizadas naquela época, estava o jornal chamado “Resistência”.
Participou ainda das movimentações e da criação do Partido dos Trabalhadores (PT), último partido ao qual ele foi filiado, apoiando inclusive a candidatura de Dilma Rousseff em 2010.
Durante a carreira, Antonio recebeu vários prêmios, inclusive o Prêmio Jabuti em 1965 e em 1993; o Prêmio Machado de Assis, em 1993; o Prêmio Anísio Teixeira, em 1996; e o Prêmio Camões em 1998. Entre as principais obras dele estão:
Aos 98 anos de idade, Candido foi internado devido ao mal estar provocado por uma hérnia de hiato no estômago. Na madrugada do dia 12 de maio de 2017, o professor morreu. A informação foi confirmada pela Faculdade de de Filosofia e Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, onde o sociólogo lecionou por muitos anos. O corpo foi cremado no dia 13 e as cinzas misturadas a da esposa Gilda, falecida em 2005. As quais serão depositadas em um jardim.
Antes de morrer, segundo a filha Mariana, Antonio Candido estava lúcido e tinha até revisado o seu último texto escrito a mão com o autor Oswald de Andrade. Ainda de acordo com Mariana, o texto será publicado.