Biografia: Quem foi Antônio Moreira César; conheça vida e carreira

Antônio Moreira César figurou na história brasileira como um importante militar. À frente do Exercito Brasileiro ele atuou na Revolta da Armada (1893-1895) e Guerra de Canudos (1896 -1897).

Ele nasceu no dia 7 de julho de 1850, na cidade de Pindamonhangaba. Filho de pais desconhecidos ele nomeou o padre Antônio Moreira César de Almeida e Almeida e Francisca Correia Toledo para o ofício.

Moreira César começou a se destacar na carreira militar desde cedo. Tanto que, aos 30 anos de idade foi responsável pelo assassinato do redator do jornal “Corsário”, Apulcro de Castro.

Segundo Euclides da Cunha no livro “Os Sertões”, o jovem capitão executou o jornalista pelas costas quando estava ao lado de um comandante de alta patente do exército. Depois do episódio, Moreira César foi transferido para o Mato Grosso.

Carreira militar de Antônio Moreira César

Antônio Moreira César foi um dos militares mais conhecidos e engajados do Brasil do passado

Antônio Moreira César teve uma histórica participação em alguns movimentos militares do Brasil de antigamente (Foto: Wikimedia Commons)

Foi no ano de 1891, no posto de tenente-coronel, Moreira César envolveu-se na derrubada do presidente da Bahia, José Gonçalves da Silva. O ato fez com que ele fosse chamado para ocupar o cargo de chefe de polícia do Estado, função que desempenhou por menos de um mês.

Em 1892, tomou posse como comandante do 7º Batalhão de Infantaria, quando este embarcou para Niterói, onde se registrava uma revolta do corpo policial.

No ano de 1893 eclodiu a Revolta da Armada, apontada como rebelião iniciada por algumas unidades da Marinha do Brasil contra o governo do presidente da república marechal Floriano Peixoto. Ela dói iniciada no Rio de Janeiro, em setembro de 1893, e estendeu-se até a região Sul, com vitória dada em março de 1894.

A atuação de Moreira César na retomada da Ilha do Governador foi reconhecida pelo então marechal Floriano Peixoto, vice-presidente no exercício da presidência da república.

No governo de Santa Catarina, na Revolução Federalista, Moreira César promoveu um “ajuste de contas”, conforme definido pelo estudioso Oswaldo Rodrigues Cabral. Prisões e fuzilamentos sumários de militares e civis foram praticados em represália à rebeldia federalista, promotora da guerra civil centralizada em Santa Catarina.

Execuções sumárias de centenas de pessoas muitas sem julgamento ou maior investigação, inclusive um herói da Guerra do Paraguai, o Barão do Batovi e seu filho inocente, torna mais visível que a vingança, não a justiça estava nos plano de seus executores. Para executar tais vinganças, Moreira Cesar, pelo seu histórico, era a pessoa certa na hora certa.

Moreira César é apontado como homem frio e calculista devido algumas atitudes que foram desenroladas por ele mesmo quando estava no poder.

Guerra de Canudos

Guerra de Canudos teve como um dos grandes articuladores Antônio Moreira César

Antônio Moreira César foi um dos grandes responsáveis pela Guerra de Canudos (Foto: Wikimedia Commons)

No contexto à repressão ao arraial de Canudos, a chamada Campanha de Canudos, após o fracasso de duas incursões militares, o baiano Manuel Vitorino, vice-presidente da república em exercício, nomeou o coronel Moreira César para comandar uma terceira expedição militar.

Moreira César partiu do Rio de Janeiro para a Bahia em 3 de fevereiro de 1897, aportando em Salvador a 6 do mesmo mês. No dia seguinte partiu para Queimadas, onde chegou no dia 8 pela manhã, por trem expresso.

Temendo que os sertanejos abandonassem o arraial, intensificou os preparativos para a partida da tropa em direção a Monte Santo. Antes de acampar em Monte Santo, onde estabeleceu à segunda base de operações.

No dia 2 de março a coluna militar avançou sobre o Rancho do Vigário, a dezenove quilômetros de Canudos. Moreira César pretendia aproximar-se do arraial, permanecer um dia nas vizinhanças das margens do rio Vaza-Barris, bombardear a povoação e em seguida conquistá-la com a sua infantaria.

Na manhã do dia 3 Moreira César mudou subitamente de ideia, optando pelo ataque imediato. O arraial foi duramente castigado pelas peças de artilharia.

Veja também: Resumo sobre a Guerra dos Canudos

Nos primeiros momentos as forças do exército conseguiram invadir o arraial e conquistar algumas casas. Foram, contudo, obrigadas a recuar, devido o pouco volume de munição.

Após cerca de cinco horas de combate, Moreira César foi ferido no ventre, quando se preparava para ir à frente de batalha incentivar a tropa. Atendido pelos médicos, estes constataram tratar-se de ferimento mortal. O comando foi transferido ao coronel Pedro Tamarindo.

Após mais de sete horas de combate encarniçado, o coronel Tamarindo decidiu recuar. Moreira César faleceu doze horas após ser atingido, na madrugada de 4 de março de 1897, protelando que Canudos fosse uma vez mais atacado. Em reunião de oficiais, às 23 horas da noite anterior, fora decidida a retirada, dado o grande número de feridos.

Moreira César mandou constar em ata que, se saísse vivo da guerra, pediria a exoneração do exército. O ataque mal sucedido ordenado por Moreira Cesar é atribuído a seus constantes ataques de epilepsia.

Sobre o autor

Formado em Jornalismo pela UniFavip | Wyden. Já trabalhou como repórter e editor de conteúdo em um site de notícias de Caruaru e em três revistas da região. No Jornal Extra de Pernambuco e Vanguarda de Caruaru exerceu a função de repórter nas editorias de Economia, Cidades, Cultura, Regional e Política. Hoje é assessor de imprensa do Shopping Difusora de Caruaru-PE, Seja Digital (entidade responsável pelo desligamento do sinal analógico no Brasil), editor da revista Total (com circulação em Pernambuco) e redator web do Estudo Prático.