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Bioluminescência

A palavra bioluminescência é híbrida e vem do latim e do grego. Bios, do grego, significa vida, enquanto lumen, do latim, significa luz. Na prática, bioluminescência refere-se à produção e emissão de luz por parte de um organismo vivo, sendo uma ocorrência natural de quimioluminescência.

Menos de 20% da luz gera a radiação térmica, mas é importante lembrar que a bioluminescência é diferente da fluorescência, fosforescência ou refração de luz. Acredita-se que, segundo estudos, 90% da vida abissal produz de alguma forma a bioluminescência, sendo que a maioria da emissão de luz desses seres é de espectro azul ou verde, que são mais facilmente transmitidas pela água do mar. Algumas espécies de animais, no entanto, emitem luzes vermelhas e infravermelha, ou ainda os do gênero Tomopteris, amarela.

Os seres vivos

A quimioluminescência é quando a energia decorrente de uma reação química é lançada como uma emissão de luz feita por muitos seres vivos. Como exemplo de animais, podemos citar os vaga-lumes, também conhecidos como pirilampos, que produzem a luciferina, que é um pigmento que tem uma reação com o oxigênio e cria a luz, além da luciferase, que é uma enzima que age como uma catalisadora, ou seja, um acelerador da reação. Essa reação, no entanto, algumas vezes é mediada por alguns cofatores como os iões de cálcio ou ATP, e pode acontecer tanto no interior como no exterior das células.

São diversos os grupos que tem o processo da bioluminescência, envolvendo animais vertebrados e invertebrados marinhos, ou ainda em organismos terrestres. A bioluminescência marinha, no entanto, é a mais facilmente encontrada, sendo raro o fato em animais terrestres. Algumas larvas, insetos, anelídeos, fungos e aracnídeos possuem essa capacidade, sendo que a forma mais conhecida terrestre é o vaga-lume.

Bioluminescência

Foto: Reprodução

Função

Essa bioluminescência, no entanto, apesar de ser linda, não é apenas por beleza, mas possui algumas funções. Em alguns casos, ela é usada para contra iluminação, ajustando a intensidade da bioluminescência para igualar a intensidade da luz ambiental superior, fazendo com que fique parcialmente camuflado.

Outra função é o mimetismo, para a atração das presas. Alguns peixes como o Melanocetus johnsonni, por exemplo, possuem um apêndice pendente que se estende da cabeça para a frente, atraindo pequenos animais a uma distância mais fácil de atacar. Outro caso interessante é o tubarão Isistius brasiliensis, que faz uso dessa técnica de uma forma diferente. Além de atrair as presas, ele se camufla, parecendo ser muito menor do que realmente é e atraindo peixes predatórios. Quando estes vêm para alimentar-se do que pensam ser um pequeno animal, acabam sendo atacados pelo tubarão.

Além disso, podem atrair parceiros, como é o caso dos vaga-lumes, distração, como é o caso de lulas e pequenos crustáceos, repulsão como larvas de pirilampos, e comunicação, como em algumas bactérias. Por fim, o motivo que pode ser, para alguns, o mais óbvio: iluminação. Alguns peixes usam dessa iluminação para facilmente visualizar presas que normalmente ficam invisíveis em ambientes de oceano profundo.