Boinas Azuis: O que são, curiosidades e fatos históricos

Os boinas azuis fazem parte da força de paz da ONU, a Organização das Nações Unidas. Eles ganharam mais notoriedade quando surgiu a “United Nations Peacekeeping Force in Cyprus”, algo como a Força de Paz das Nações Unidas em Chipre, cujo objetivo era intermediar os conflitos entre a República de Chipre e a Turquia.

Como o próprio nome já diz, os soldados dessa força de paz usam uma boina azul ou capacete desta cor que os identificam na missão. Saiba agora quais são os fatos históricos e as curiosidades que envolvem o grupo de paz da ONU.

Como surgiu os boinas azuis?

As primeiras missões de paz nasceram ainda na década de 50, mas somente na década de 60, as boinas azuis foram adotadas.

O ano era 1963 e a comunidade grego cipriota e a turco cipriota entraram em conflito na ilha de Chipre, na Europa. Embora pertencessem ao mesmo país, eles começaram os desentendimentos políticos já em 1955, quando Chipre ainda era uma colônia da Inglaterra.

A tropa da força da paz da ONU adotou as boinas azuis na década de 60

Os boinas azuis fazem parte da força de paz da ONU, a Organização das Nações Unidas (Foto: depositphotos)

No auge das hostilidades, a ONU mandou forças de paz para a região em 1964 como tentativa de manter um ambiente menos hostil. Dentro do possível, a organização conseguiu segurar as ações mais violentas, mesmo sem haver paz entre os patriotas.

Passados 10 anos de iniciada essa missão, os boinas azuis enfrentaram um novo problema: em 1974 houve um golpe de estado por parte do lado grego com intervenção militar dos turcos que tomou uma parte do território de Chipre.

Mais uma vez a UNFICYP, sigla para United Nations Peacekeeping Force in Cyprus ou boinas azuis, conseguiu intermediar os conflitos e “supervisionou as linhas de cessar-fogo; prestou assistência humanitária; e manteve uma zona de amortecimento entre as forças cipriotas turcas e turcas no norte e as forças cipriotas gregas no sul”, como explica o site oficial da missão.

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Boinas azuis hoje

Atualmente, o conflito ainda existe e a situação é delicada na ilha, por isso mesmo os boinas azuis continuam na região. “As linhas de cessar-fogo aumentam mais de 180 quilômetros em toda a ilha. Na ausência de um acordo formal de cessar-fogo, as 850 tropas da UNFICYP e mais de 60 policiais lidam com centenas de incidentes a cada ano”, informa o site oficial.

Os soldados não intervêm somente com força militar, mas também com ajuda humanitária aos cipriotas gregos e os turcos patriotas. Os boinas azuis auxiliam também na manutenção da agricultura e nos serviços básicos como eletricidade e fornecimento de água.

Para manter esse trabalho, a missão UNFICYP trabalha em conjunto com quatro frentes: os militares, a Polícia das Nações Unidas (UNPOL), o Departamento de Assuntos Civis e a Administração. São 1.100 funcionários que conta com baixas de 186 pessoas desde o início da missão, em 1964.

A organização resume a situação em Chipre: “as tentativas de resolver o conflito de Chipre e reunificar a ilha até agora não foram resultado, embora as relações entre o norte e o sul tenham melhorado ao longo dos anos. Entre outras coisas, isso levou à abertura de vários pontos de passagem na zona de amortecimento”.

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Onde estão os boinas azuis agora?

Apesar dos boinas azuis ganharem destaque na zona da ilha de Chipre. Eles já intermediaram conflitos no mundo inteiro. Atualmente, 124 países contribuem com os cerca de 122 mil integrantes das forças de paz da ONU em regiões como Haiti, Chipre, Mali, República Centro-Africana, República Democrática do Congo e Sudão do Sul.

O Brasil participa das missões de paz da Onu?

Os boinas azuis também contam com cerca de 250 brasileiros. A primeira participação do Brasil na organização foi em 1956 na Força de Emergência das Nações Unidas, criada para evitar conflitos entre israelenses e egípcios e pôr fim à Crise de Suez.

De acordo com o Ministério da Defesa do Governo Federal, “o Brasil assumiu tarefas de coordenação e comando militar de importantes operações, como no Haiti [em 2004] e no Líbano [2011], o que trouxe prestígio à política externa do País, aumentando a projeção brasileira no cenário mundial. Enquanto a primeira trouxe a relevo nossa participação fundamental para a consecução da estabilidade política daquele país (Haiti), a segunda se destaca por possuir o Brasil na liderança da única força naval atuando pela ONU no mundo”.

Já foram 50 participações com o envio de mais de 50 mil militares para o exterior. Há brasileiros no Chipre, na República Centro-Africana, no Saara Ocidental, na República Democrática do Congo, na Guiné Bissau, no Sudão e no Sudão do Sul.

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Os militares se preparam ainda no nosso país em um centro criado especialmente para isso. O Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil – Centro Sérgio Vieira de Mello fica no Rio de Janeiro e mobiliza as Forças Armadas nacionais como um todo. É possível encontrar brasileiros com boinas azuis do exército, marinha e aeronáutica.

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Sobre o autor

Jornalista formada pela Universidade Federal da Paraíba com especialização em Comunicação Empresarial. Passagens pelas redações da BandNews e BandSports, TV Jornal e assessoria de imprensa de órgãos públicos.