Bomba de nêutrons

A bomba de nêutrons ou a bomba de radiação neutrônica reforçada, é a última variação da bomba atômica. Constitui-se como um pequeno dispositivo termonuclear, com corpo formado por níquel ou cromo, em que os nêutrons gerados na reação de fusão não são absorvidos pelo interior da bomba.

Histórico

A bomba de nêutrons foi elaborada pelo físico norte-americano Samuel Cohen, do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, no ano de 1958. Inicialmente, a proposta do conceito desta bomba foi contrariada pelo então presidente dos Estados Unidos da América, John F. Kennedy, porém, a sua prova foi autorizada e realizada em 1963, em uma instalação subterrânea de testes em Nevada.

Em 1978, o presidente Jimmy Carter adiou o desenvolvimento da bomba de nêutrons devido a alguns protestos contrários aos seus planos de desenvolvimento de ogivas de combate de nêutrons na Europa. No entanto, a produção da bomba foi reiniciada em 1981, pelo presidente Ronald Reagan.

Bomba de nêutrons

Foto: Pixabay

Os Estados Unidos construíram três tipos de bomba de nêutrons: o W66, ogiva de combate para o sistema de míssil anti-ICBM Sprint, produzido e desenvolvido na metade dos anos 70; o W70 Mod 3, ogiva de combate desenvolvido para o míssil de alcance limitado, tático Lance; e o W79 Mod 0, desenvolvido para baterias de artilharia.

Características da bomba de nêutrons

O principal mecanismo de destruição deste equipamento é a liberação dos raios-X e de nêutrons de alta energia. Os nêutrons penetram mais que outros tipos de radiação, sendo assim, muitos materiais de proteção que bloqueiam raios gama não são eficientes contra eles.

Esta bomba é concebida como uma arma de terreno, atingindo concentrações de maneira a não provocar grandes danos nas instalações. Ou seja, a bomba de nêutrons tem ação destrutiva apenas sobre organismos vivos, podendo manter a estrutura de uma cidade intacta. Os efeitos de uma explosão nuclear podem ser divididos em categorias como a explosão propriamente dita, a radiação térmica e a radiação nuclear direta e a indireta.

Ao contrário do que ocorre na arma nuclear clássica, os efeitos de calor e de onda expansiva da bomba de nêutrons são reduzidos, sendo o oposto de seus efeitos radioativos.

Este tipo de bomba é uma bomba de fusão termonuclear, que pode produzir 80% de sua energia sob a forma de nêutrons, enquanto a bomba clássica de nitrogênio desprende 15% das emissões radioativas.

As bombas de nêutrons não possuem efeitos explosivos, no entanto, quando são ativadas, produzem um intenso feixe de nêutrons que carregam uma dose mortal de radiação. Os raios gama e neutrônicos são letais para qualquer forma de vida, podendo produzir 10 vezes mais radiações do que uma bomba clássica de mesma potência.

As bombas de nêutrons foram projetadas com o objetivo específico de serem utilizadas quando um exército inimigo invadisse um território, pois mataria todos os seres humanos, mas as construções ficariam intactas. No caso de uma bomba termonuclear clássica, todo o território também seria destruído.

Embora sejam letais, as radiações da bomba de nêutrons não ultrapassam a distância de um raio de 1,7 km e desaparecem rapidamente.

Sobre o autor

Formada em Letras (Licenciatura em Língua Portuguesa e suas Literaturas) pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), com certificado DELE (Diploma de Español como Lengua Extranjera), outorgado pelo Instituto Cervantes. Produz conteúdo web, abrangendo diversos temas, e realiza trabalhos de tradução e versão em Português-Espanhol.