Após iniciarem as pesquisas, eles criaram uma startup, chamada Phelcom, e recorreram ao financiamento do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
De acordo com um dos criadores, Diego Lencione, o SRC funciona acoplado a um celular, tipo smartphone, com câmera de alta resolução. O conjunto ótico que compõe o aparelho captura a imagem do fundo do olho, sendo possível o diagnóstico rápido e seguro de doenças relacionadas à visão.
“O resultado das imagens pode ser enviado para a avaliação de um atendimento de excelência em oftalmologia e com isso se obtém um laudo remoto de alto nível técnico”, afirma o físico.
Uma das vantagens do aparelho é o tamanho dele. Por ser pequeno, ele pode ser transportado facilmente para regiões de difícil acesso e também facilitar o atendimento infantil que, geralmente, não conseguem posicionar o queixo, a testa e a cabeça nos retinógrafos convencionais. “Por ano, 500 mil crianças perdem a visão no mundo”, revela José Augusto Stuchi, outro inventor do SRC.
De acordo com a OMS, a Organização Mundial da Saúde, 80% das pessoas que ficam cegas poderiam ter evitado a deficiência através de tratamentos adequados e planos preventivos.
Por isso, Diego Lencione defende que o aparelho também pode agir na prevenção de doenças mais complexas. “Fazer a triagem de pessoas com problemas de retina e encaminhá-las o quanto antes para tratamento pode evitar danos mais sérios no futuro”, diz.
José Augusto Stuchi explica que 85% das cidades do Brasil não possui oftalmologistas. Essa realidade é complicada pois 6 milhões de pessoas sofrem algum tipo de deficiência visual no nosso país.