Antônio Bento de Sousa e Castro, filho de uma família rica, sempre teve atitudes excêntricas para a época em que vivia, e foi descrito por Raul Pompéia como “Magro, estreitado, do tornozelo à orelha, no longo capote preto como num tubo, chapéu alto, cabeça inclinada, mãos nos bolsos, quebrando contra o peito pela fenda da gola o rijo cavaignac de arame, o olhar disfarçado nos óculos azuis como uma lâmina no estojo, marcha retilínea de passo igual tirado sobre articulações metálicas”.
O excêntrico paulista era juiz, advogado e maçon, e tinha um desejo imenso de libertar os escravos, acomodando-os, inclusive, em sua residência e de seus comparsas. Com a eficácia do movimento, muitas cidades, na época, devido à pressão social e econômica gerada contra a escravidão, decretaram Lei Áurea e libertaram os negros que foram roubados pelos Caifazes. Alguns dos antigos senhores de escravos, inclusive, passaram a contratar os ex-escravos mediante pagamento de salários.
Segundo alguns estudos sobre a escravidão no Brasil feitos no final do século XX, o protagonismo da abolição se deu pelos próprios escravos muito mais do que pelos homens livres. Alguns posicionamentos políticos diversos e divergentes eram usados a favor do abolicionismo. Uns viam como essenciais a participação dos escravos no processo de abolição, outros já não viam necessidade.
Os movimentos que viam os escravos como essenciais na luta pela abolição foram chamados de abolicionismo popular, onde os caifazes foram destaque. A união entre o abolicionismo popular e as ações dos escravos que buscavam a liberdade, foi essencial para a efetivação do fim da atividade escrava no Brasil.