Ceticismo moral

Ética

Uma das discussões filosóficas que tem mais visão e destaque, além de ser mais recorrente, é a ética. Desde o surgimento da filosofia se fala em ética, conceito bastante utilizado como forma de desenvolvimento de referenciais de existência no mundo, além de servir como sustentação de argumentos. Divide-se, no entanto, em três ramos distintos, que são a ética aplicada, a ética normativa e a metaética.

A metaética, em particular, questiona as razões da ética e levanta questões sobre o que é o bem e como podemos definir o que é bom e o que é mau.

O que é ceticismo moral?

Trata-se de uma teoria do que chamamos, no tópico anterior, de metaética. Muitos dos moralistas céticos argumentam, por meio da lógica modal, que não existe o conhecimento moral, e mais: que ele é impossível.

Esse conceito defende, dentro da metaética e suas teorias, a concepção de que não existe um conhecimento moral, já que este é impossível. O ceticismo moral, no entanto, assim como a ética, divide-se em três classes distintas:

Teoria moral do erro

Nesse caso, defende-se que nós não sabemos da verdade de qualquer afirmação verdadeira, uma vez que a natureza dessas afirmações morais é falsa, ou ainda tende a ser sempre falsa.

  1. L. Mackie foi o mais famoso teórico moral da teoria do erro, e defendeu sua visão em seu livro chamado Ethics: Inventing Right and Wrong de 1977. Seu primeiro argumento ficou conhecido como o argumento da estranheza, e sustenta que as alegações morais implicam em um internalismo motivacional, ou seja “É necessário e também a priori que qualquer agente que julga que uma de suas ações disponíveis é moralmente obrigatória, terá alguma motivação (defesa) para executar essa ação motivacional”.

Por exemplo em outro argumento, afirma que qualquer afirmação moral implica em um correspondente “afirmação racional”. Por exemplo, “matar bebês é errado”. Isso implica na afirmação racional “alguém tem razão para não matar bebês”. Se “assassinato de bebês é errado” é uma afirmação verdadeira, então todos, sem exceção tem razões para não matar bebês, incluindo o psicopata que tem prazer em fazer isso. Ou seja: toda afirmação moral é falsa.

Ceticismo moral

Foto: Reprodução

Ceticismo moral epistemológico

Essa classe, por sua vez, argumenta que nenhum de nós tem qualquer justificativa para acreditar em proposições morais, apesar de não afirmar que são falsas. Ou seja, somos todos injustificados em acreditar em quaisquer afirmações morais. Isso por serem irracionais para nós.

Não cognitivismo

Por fim, essa terceira classe defende que não temos conhecimentos necessários para sustentar os enunciados morais como verdadeiros. Afinal de contas, não são verdadeiros, ou falsos, e seria mais adequada uma divisão entre imperativos, expressões de emoção ou ainda expressões de atitude alternativa.

Conceito geral

O conceito geral, no entanto, independentemente da classe, conclui que não temos nunca justificativas para acreditar que as afirmações morais são verdadeiras e que nunca saberemos se é realmente verdadeira.

Trata-se, portanto, de um conceito adversário do Realismo Moral – esse sustenta que os conhecimentos morais são independentes em nossas mentes, independentemente de serem objetivos ou verdadeiros.

A teoria moral do erro ainda sustenta que não poderemos nunca saber se uma afirmação moral é verdadeira por serem todas falsas, ou ainda por não termos razões para acreditar em quaisquer reivindicações morais.