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Chegada do homem a América

Depois de muitos anos de estudo, arqueólogos perceberam que a única espécie humana que existiu na América foi o homo sapiens. Isso significa que o homem moderno migrou para o nosso continente depois de ter se desenvolvido na África, na Ásia e na Europa.

No início do século XX, os cientistas acreditavam que as primeiras incursões de grupos humanos na América teriam se iniciado por volta de 35 mil anos atrás, na última era glacial.

Estes grupos humanos teriam vindo da Ásia e entrado na América através do Estreito de Bering congelado, que continha aproximadamente 100 quilômetros de largura.

Chegada do homem a América

Foto: Reprodução/ internet

Principais teorias sobre a ocupação da América

Na década de 1930 foram descobertos artefatos de pedra perto da cidade de Clóvis, no estado do Novo México, nos Estados Unidos, evidências as quais eram de ocupação humana no continente de 12 mil anos atrás. Essas eram as mais antigas encontradas até então.

A “Cultura Clóvis” era formada por povos caçadores que produziam ferramentas em pedras, com uma técnica complexa e possuíam traços físicos semelhantes aos das populações asiáticas.

Desta forma, podemos constatar três teorias acerca da chegada do homem na América:

  • Teoria Clóvis;
  • Teoria da chegada pelo mar;
  • Teoria das diversas ondas migratórias para a América.

Teoria Clóvis

Descobertas realizadas no Novo México levaram a elaboração da Teoria de Clóvis, a qual sustenta a ideia de que o homem teria chegado a América entre 15 mil e 12 mil anos atrás, vindo da Ásia através do Estreito de Bering, que se encontrava congelado devido as baixas temperaturas.

Posteriormente, o homem teria se irradiado por toda América do Norte e Central, até atingir a América do Sul por volta de 11 mil anos atrás.

Teoria da chegada pelo mar

A partir do ano de 1970, novas descobertas arqueológicas em outras regiões da América, como em Monte Verve no Chile, Aguazuque e Tequendama na Colômbia, Taima-taima na Venezuela e Lagoa Santa em Minas Gerais, no Brasil, indicam ocupações anteriores a cultura de Clóvis, que chegavam até 14.500 anos atrás.

Os artefatos encontrados em pedra indicam o uso de técnicas mais simples, mostrando ocupações mais antigas do que as da Teoria de Clóvis.

A análise dos restos humanos desses sítios revela características físicas mais parecidas com populações da Oceania e da África. Com base nessa nova descoberta foi elaborada uma nova teoria: a de que o homem teria chegado a América pelo mar, vindo da Oceania e de Ilhas do Oceano Pacífico.

Teoria das diversas ondas migratórias para a América

A terceira teoria é fortemente defendida pelo antropólogo e arqueólogo brasileiro Walter Neves, que defende que houve diversas ondas migratórias para a América, ocorridas em datas diferenciadas e compostas por grupos oriundos tanto da Ásia através do Estreito de Bering, quanto da Oceania.

Outras interpretações sobre a origem do homem na América

Atualmente, já se reconhece sítios arqueológicos com datações confirmadas entre 15 mil e 25 mil anos atrás, como, por exemplo:

  • Sítios de Santa Eliana no Mato Grosso com 25 mil anos;
  • Sítios na Pensilvânia nos EUA com 17 mil anos;
  • Sitio em Old Crow no Canadá com 25 mil anos.

A polêmica de Niéde Guidon

Segundo os estudos da arqueóloga franco-brasileira Niéde Guidon, os vestígios encontrados nesses sítios, como, por exemplo, acúmulo de carvões, conjunto de pedras queimadas, pinturas rupestres, entre outros, datam de pelo menos 48 mil anos, representando então os vestígios mais antigos da presença humana na América.

Segundo Niéde Guidon, a ocupação do Brasil e da América do Sul ocorreu por volta de 50 mil anos atrás.