Antes do estudo ser elaborado, os cientistas acreditavam que existia apenas uma espécie de girafa e nove subespécies. Por isso, a descoberta se deu através de um estudo feito com os marcadores de DNA dos genomas de 105 animais deste grupo. Após observarem as amostras, os pesquisadores perceberam que estes marcadores eram diferentes, obtendo quatro tipos.
“Quando fizemos a primeira análise, as diferenças já foram tão gritantes que na hora vi que tinha alguma coisa ali”, disse Janke em entrevista ao BuzzFeed News. Porém, o autor explicou que teve dúvidas logo no início. “No começo eu relutei em chamá-las de espécies, porque isso não se faz sem ter certeza”, conta. Isto logo mudou quando chegaram ao final do estudo.
As aparências das girafas são bem semelhantes, por isso que os pesquisadores passaram muito tempo até distinguir as quatro espécies. Agora é possível perceber diferenças bem minuciosas entre esses animais, por exemplo as reticuladas possuem grandes manchas escuras em sua pelagem e linhas bem retas.
As Masai possuem as linhas chanfradas e a parte mais escura das manchas é o centro delas. Já as girafas do norte e a do sul são diferenciadas pelos chifres, pois enquanto as primeiras possuem cinco estruturas destas, as segundas têm apenas três.
Existe uma estimativa a respeito do número de girafas no mundo, que é de 90 mil indivíduos. Este número na fórmula de uma única espécie não tornava a girafa um animal com risco de extinção. Porém, com a descoberta de quatro espécies, este grupo passa a ser colocado na categoria “em perigo” da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
Para se ter uma ideia do declínio desses animais, a Fundação de Conservação das Girafas alerta com os dados quantitativos desta espécie. “Existem menos de 4.750 girafas do norte na natureza e menos de 8.700 girafas articuladas – como espécies distintas, isso as torna uns dos mamíferos mais em risco do mundo”.