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Coluna Prestes – Veja as causas e história desta revolta

Causas

Entre 1925 e 1927, insatisfeitos com o modo como o Brasil era governado, um grupo de militares liderados pelo Capitão Luis Carlos Prestes, iniciou uma mobilização nacional contra o governo de Arthur Bernardes e as elites agrárias.

A política social do país nesse período era dominada pelas oligarquias rurais, onde grupos urbanos eram excluídos de quaisquer decisões. Com o crescimento populacional das cidades devido à Primeira Guerra Mundial, operários, funcionários públicos, trabalhadores e militares faziam parte desse grupo que não possuía nenhum poder na política, o que gerou movimentos para exigir mudanças e o fim do mandonismo nas áreas rurais.

Coluna Prestes - Veja as causas e história desta revolta

Capitão Luis Carlos Prestes | Foto: Reprodução

A Coluna Prestes fazia parte do tenentismo – rebeliões político-militares que foram realizadas por jovens oficiais do Exército Brasileiro, como a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana [1], a Revolução de 1924 e a Comuna de Manaus, que combatiam o governo de então.

Como os levantes promovidos pela Força Pública Estadual, a Polícia Militar de São Paulo daquela época, foram rechaçados pelas tropas federais, os militares envolvidos recuaram e se uniram às tropas de rebeldes do Rio Grande do Sul.

O que era e o que pretendia a Coluna Prestes

Grupos de militares paulistas liderados pelo general Isidoro Dias Lopes, Miguel Costa e também pelos tenentes Eduardo Gomes, Joaquim Távora e Juarez Távora fugiram de São Paulo devido aos bombardeios sofridos e se uniram, no estado do Paraná, às tropas gaúchas, que vieram da cidade de Alegrete, Rio Grande do Sul, onde o movimento teve início. Os gaúchos tinham como líderes: Siqueira Campos, João Alberto e Luis Carlos Prestes, que originou o nome do movimento.

A Coluna Prestes chegou a ter aproximadamente 1500 componentes, entre militares e simpatizantes do movimento, sendo seu núcleo fixo formado por cerca de 200 homens. As mulheres também fizeram parte da marcha, embora em número bem reduzido. Além das baixas ocorridas durante o percurso, a permanência no agrupamento não era constante, já que as difíceis condições enfrentadas pelos rebeldes, os perigos e as permanentes represálias sofridas faziam com que a maioria abandonasse a causa.

Esse grupo percorria as cidades, especialmente no interior, caminhando e entrando em contato com as pessoas, tentando esclarecê-las sobre seus objetivos e posicioná-las contra a forma de governo vigente. Alguns dos objetivos da coluna:

A tática de combate escolhida pela Coluna Prestes era a de burlar os ataques e confrontos com as tropas federais, por isso, acredita-se que as baixas ocorriam em maior número devido às doenças e não pelas batalhas. Sabendo não ter chances num confronto direto contra as tropas inimigas, o despistamento era usado pelo grupo, que espalhava boatos sobre um suposto local para onde estaria se dirigindo, quando, na verdade, estava bem distante desse lugar.

O desfecho da marcha

Apesar da experiência dos soldados e da grande resistência do movimento, a Coluna Prestes não conseguiu alcançar seus objetivos ao final das contas. Eles tentaram fazer com que o povo se rebelasse, iniciando do interior para o resto do país, mas, amedrontado, temendo as represálias das tropas do governo, o povo não aderiu.

Após percorrerem 11 estados brasileiros, depois de dois anos e meio de marcha pelo país, o grupo acabou se dividindo. Parte dos remanescentes foi para o Paraguai e outra para a Bolívia, entre eles, Luis Carlos Prestes, que foi estudar Marxismo nesse país em 1928, aderindo ao Comunismo na Argentina a seguir e em 1931 partindo para a União Soviética, onde ficou até 1934, retornando ao Brasil de forma clandestina. Durante  a marcha, Luis Carlos Prestes recebeu o apelido de “Cavaleiro da Esperança” e, aliado aos comunistas, ele teve papel muito importante na “Intentona Comunista”, de 1935.

Embora a Coluna Prestes não tenha conseguido acabar com as oligarquias, esse importante movimento foi uma das mais bem organizadas ações contra o governo e enfraqueceu muito a República Velha politicamente, favorecendo a Revolução de 1930, quando Getúlio Vargas chegou ao poder.