Literatura

Comédia Humana

A Comédia Humana nada mais é do que a tragédia do dinheiro escrita por Honoré Balzac, grande escritor francês que só foi reconhecido após sua morte precoce. Durante 20 anos, o literário escreveu 88 obras, as quais foram povoadas por mais de três mil personagens. O rico e vasto acervo do autor trata da ascensão da sociedade burguesa no século XIX, na cidade de Paris.

Entretanto, o próprio Balzac não se dizia escritor, mas sim um historiador de costumes e foi através disso, que ele dividiu sua obra em três grupos. Comédia Humana reúne em si romances, contos e novelas especialmente desenvolvidas e ajustadas pelo autor. Em algumas delas é possível ter personagens repetidos em diferentes momentos históricos e sociais.

Sobre o autor

Honoré Balzac nasceu em maio de 1799, e acabou morrendo muito cedo, aos 50 anos. Passou toda a sua vida na França e dedicou parte dela a seus diversos escritos. Inicialmente, trabalhou escrevendo romances góticos os quais não tinha nenhum interesse em assinar devido ao conteúdo que o autor julgava ser sem importância.

Comédia Humana

Foto: Reprodução/ internet

Foi então, em 1829, que Balzac assinou com seu próprio nome a primeira obra, chamada de A Bretanha. A partir desse ano, o escritor fez outros trabalhos e até 1833 tinha escrito mais de 10 obras. Amadurecendo o seu estilo de escrita, resolveu dividir suas obras em três grupos, em 1834. Desta forma, era possível ver que o autor escrevia com base em estudos de costume, analíticos e filosóficos.

Sofreu várias influências, como Shakespeare, Walter Scott e Dante. Em contrapartida, inspirou novos profissionais das letras, como o brasileiro Machado de Assis e outros autores, a exemplo de Camilo Castelo Branco e Émile Zola.

Conteúdos das obras de Balzac

O tema central dos livros do escritor francês era a ascensão da burguesia. Além disso, temas corriqueiros também eram abordados, como o processo da tipografia e o jornalismo nascente, o sistema de transporte na França, a produção de perfume, os procedimentos de falência etc. Balzac abordou temas até então não mencionados em obras literárias, como o comunismo e as lutas de classes, espiritismo, lesbianismo, política e misticismo.

Como historiador de costumes, Balzac foi um dos primeiros artistas a se transferir do romantismo para uma nova escola literária, o chamado realismo. Essa tendência, como o próprio nome já induz, visava abordar a sociedade como ela era de verdade, sem sonhos ou ilusões, como tinha sido a anterior, o romantismo. A proposta era mostrar, independente das críticas, o que sustentava a sociedade.

Ambição, poder, vinganças, chantagens eram temas principais em detrimento da temática amor, fidelidade e outros valores morais da sociedade.

O jogo entre os personagens da Comédia Humana

Talvez o grande mérito de Balzac não tenha sido somente a capacidade de escrever 88 obras sobre temas corriqueiros da sociedade francesa, mas sim conseguir introduzir os mais de três mil personagens nesses livros. Algumas figuras apareciam em apenas um dos escritos, outras eram citados em várias obras.

Sem perder o contexto, o escritor francês conseguiu trazer os personagens mostrando uma continuação de suas vidas, que às vezes era boa, outras nem tanto. Figuras surgiam ora ricos, ora falidos. Em alguns livros eram protagonistas, em outros secundários. E assim, a Comédia Humana se formou, abordando temas livres e contextualizados com uma nova sociedade que surgia no século XIX.