Foi então, em 1829, que Balzac assinou com seu próprio nome a primeira obra, chamada de A Bretanha. A partir desse ano, o escritor fez outros trabalhos e até 1833 tinha escrito mais de 10 obras. Amadurecendo o seu estilo de escrita, resolveu dividir suas obras em três grupos, em 1834. Desta forma, era possível ver que o autor escrevia com base em estudos de costume, analíticos e filosóficos.
Sofreu várias influências, como Shakespeare, Walter Scott e Dante. Em contrapartida, inspirou novos profissionais das letras, como o brasileiro Machado de Assis e outros autores, a exemplo de Camilo Castelo Branco e Émile Zola.
O tema central dos livros do escritor francês era a ascensão da burguesia. Além disso, temas corriqueiros também eram abordados, como o processo da tipografia e o jornalismo nascente, o sistema de transporte na França, a produção de perfume, os procedimentos de falência etc. Balzac abordou temas até então não mencionados em obras literárias, como o comunismo e as lutas de classes, espiritismo, lesbianismo, política e misticismo.
Como historiador de costumes, Balzac foi um dos primeiros artistas a se transferir do romantismo para uma nova escola literária, o chamado realismo. Essa tendência, como o próprio nome já induz, visava abordar a sociedade como ela era de verdade, sem sonhos ou ilusões, como tinha sido a anterior, o romantismo. A proposta era mostrar, independente das críticas, o que sustentava a sociedade.
Ambição, poder, vinganças, chantagens eram temas principais em detrimento da temática amor, fidelidade e outros valores morais da sociedade.
Talvez o grande mérito de Balzac não tenha sido somente a capacidade de escrever 88 obras sobre temas corriqueiros da sociedade francesa, mas sim conseguir introduzir os mais de três mil personagens nesses livros. Algumas figuras apareciam em apenas um dos escritos, outras eram citados em várias obras.
Sem perder o contexto, o escritor francês conseguiu trazer os personagens mostrando uma continuação de suas vidas, que às vezes era boa, outras nem tanto. Figuras surgiam ora ricos, ora falidos. Em alguns livros eram protagonistas, em outros secundários. E assim, a Comédia Humana se formou, abordando temas livres e contextualizados com uma nova sociedade que surgia no século XIX.