Os peixes-pilotos (chamados comensais) vivem ao redor do tubarão, alimentando-se dos restos de comida que escapam da boca desse predador. Os peixes se beneficiam da comida (+) e para os tubarões não há ganho nem perda (0).
Outro exemplo é o peixe-palhaço e a anêmona-do-mar. Neste caso, o peixe tem o hábito de se esconder entre os tentáculos da anêmona e aproveita os restos de comida deixados por ela.
Os tentáculos urticantes da anêmona não agridem o peixe-palhaço, pois ele possui uma substância mucosa que reveste seu corpo e o protege.
Os guepardos e abutres-de-costas-brancas também apresentam uma relação comensal, os abutres aproveitam os restos da presa deixados pelos guepardos, servindo-se da carne desprezada.
A rêmora ou peixe-piolho prende-se ao corpo de outros peixes, como o tubarão, por meio de uma nadadeira dorsal transformada em ventosa de fixação. Com isso obtém restos de comida e um eficiente meio de transporte.
Alguns animais aquáticos, como as esponjas e as colônias de corais, servem de abrigo a diversos outros seres, chamados inquilinos.
Estes não prejudicam de nenhum modo o animal que os abriga e têm até mesmo hábitos alimentares diferentes. É o que ocorre com o pepino do mar, um equinodermo, que em cujo interior o peixe agulha, ou fieráster, se refugia.
Entre os vegetais de pequeno porte, a competição pela energia luminosa favorece aqueles que vivem sobre árvores e conseguem, assim, uma posição privilegiada para captar a luz do sol. Essa interação é chamada epifitismo.
As plantas que fazem outras de suporte são chamadas epífitas, como as orquídeas e as bromélias. As epífitas não devem ser confundidas com plantas parasitas, como o cipó chumbo, pois não retiram nenhum alimento das árvores em que vivem.
Como vimos, na relação de comensalismo entre duas espécies, apenas uma se beneficia e a outra não tem ganho nem perda. Já no mutualismo [9], o termo pode ser aplicado em sentido amplo para qualquer associação em que os dois organismos de espécies diferentes sejam beneficiados (do latim mutuare = trocar, dar e receber).
O mutualismo também é utilizado no sentido mais estrito para indicar casos em que há grande interdependência entre os organismos associados, envolvendo trocas de alimentos e de produtos do metabolismo com benefícios mútuos. Essa dependência é de tal ordem que a vida em separado se torna impossível.
» PINTO-COELHO, Ricardo Motta. Fundamentos em ecologia. Artmed Editora, 2009.
» DOCIO, Loyana et al. Interações ecológicas de esponjas marinhas (Animalia, Porifera) segundo pescadores artesanais da Baía de Camamu, Bahia, Brasil. Biotemas, v. 23, n. 3, p. 181-189, 2010.
» SANTOS, Antonio Eduardo Rosendo et al. Estudos do meio com alunos do ensino médio: reconhecimento em campo de interações ecológicas inter e intraespecíficas. Unisanta Humanitas, v. 5, n. 2, p. 199-207, 2016.