, ,

Aids: O coquetel para HIV é feito com quais remédios?

Entre as dúvidas sobre a Aids, o coquetel para HIV é feito com quais remédios é sempre uma das perguntas frequentes. O coquetel para HIV chamado de coquetel antiaids ou medicamento antirretroviral começou a ser prescrito nos anos 80. O coquetel age no organismo a fim de barrar a proliferação do vírus no paciente.

O coquetel ainda não é cura da doença, ou seja, ele não mata o vírus em questão, porém atua do outro lado da moeda: fazendo com que a saúde da pessoa fique fortalecida e, consequentemente, preparando a imunidade para melhor lidar com as consequências do vírus.

Logo, é fundamental que o paciente faça o uso correto da medicação e não pare de tomar o coquetel, mesmo diante dos seus efeitos colaterais. Saiba mais para quê serve o coquetel e quais são os remédios que compõem a combinação.

Coquetel HIV para Aids é feito com 22 remédios

O coquetel para HIV é composto por 22 remédios. O número de medicamentos que o paciente toma por dia vai depender do estágio da doença e das combinações que o médico prescrever. Pensando nisso, conheça agora os tipos de remédios mais comuns:

O coquetel para HIV é composto por 22 remédios

O coquetel age no organismo a fim de barrar a proliferação do vírus no paciente (Foto: depositphotos)

1. Inibidores de Protease:

  • Atazanavir (ATV);
  • Darunavir (DRV);
  • Fosamprenavir (FPV);
  • Lopinavir (LPV);
  • Nelfinavir (NFV);
  • Ritonavir (RTV);
  • Saquinavir (SQV);
  • Tipranavir (TPV).

2. Inibidores Nucleosídeos da Transcriptase Reversa:

  • Abacavir (ABC);
  • Didanosina (ddI);
  • Lamivudina (3TC);
  • Tenofovir (TDF);
  • Zidovudina (AZT).

3. Inibidores Não Nucleosídeos da Transcriptase Reversa:

  • Efavirenz (EFZ);
  • Nevirapina (NVP);
  • Etravirina (ETR).

Veja também: Como é feito o tratamento da Aids?

4. Inibidores de fusão:

  • Enfuvirtida (T20).

5. Inibidores da Integrase:

  • Dolutegravir (DTG);
  • Raltegravir (RAL).
  • Inibidores de Entrada:
  • Maraviroc (MRV);

6. Combinações de medicamentos:

  • Lamivudina + Zidovudina (3TC + AZT);
  • Lamivudina + Tenofovir + Efavirenz (3TC + TDF + EFZ).

Para que servem os medicamentos usados

A combinação dos remédios do coquetel para HIV atua em diferentes áreas do organismo. Porém, a finalidade dele é reforçar o sistema imunológico. Para você ter uma ideia, veja para quê alguns deles servem.

Darunavir e Ritonavir

Esses dois remédios são considerados inibidores de Protease. O intuito é que o vírus não infecte novas células saudáveis.

Tenofovir e Lamivudina

Ambos os remédios atuam a nível genético. O primeiro evita que o DNA do paciente seja alterado pelo vírus. O segundo evita que o RNA desse mesmo vírus contamine o DNA da pessoa.

Veja também: Biologia: Pesquisadores brasileiros da USP descobrem planta que pode curar o vírus HIV

Raltegravir e Enfuvirtida

O primeiro trabalha no organismo a fim de que o vírus não se ligue à célula do paciente e o Enfuvirtida também impede que o HIV tome uma célula do paciente que está saudável.

Como o coquetel HIV para Aids age no organismo?

O coquetel para HIV é feito com certos remédios prescritos de acordo com o estágio da doença

O intuito de alguns desses remédios é evitar que o vírus não infecte novas células saudáveis (Foto: depositphotos)

O coquetel HIV para Aids age no organismo de maneira múltipla. Porém, a ideia é a mesma: barrar que o vírus se aloje em outras células do indivíduo. Para isso, as linhas de frente dos medicamentos são: Inibidores de Protease, Inibidores Nucleosídeos da Transcriptase Reversa, Inibidores Não Nucleosídeos da Transcriptase Reversa, Inibidores de fusão, Inibidores da Integrase e Inibidores de Entrada.

A pessoa vai tomar as combinações de acordo com a orientação do seu médico. Contudo, no organismo, as combinações podem ocasionar alguns efeitos colaterais, como náuseas, fadiga, dor de cabeça ou diarreia.

Para amenizar algumas consequências indesejadas, o paciente pode colaborar com algumas atitudes, como manter uma alimentação saudável e evitar alguns hábitos, que você verá no tópico a seguir.

Quem toma coquetel pode beber cerveja?

Não. A ingestão não só da cerveja, como de qualquer tipo de álcool, não deve ocorrer. As bebidas alcoólicas podem inibir a atuação do coquetel do HIV e acabar prejudicando o tratamento. Por isso, a ingestão de qualquer tipo de destilado ou bebida que contenha álcool não deve ser feita.

Bem como outros hábitos de vida que prejudiquem a qualidade de vida do portador do vírus. O paciente também deve evitar o uso de heroína, morfina e metadona. O consumo de metanfetamina (Ecstasy) pode ser fatal.

Veja também: Assuntos do Enem sobre DSTS e métodos contraceptivos

Parei de tomar o coquetel, o que pode acontecer?

Durante um congresso da Sociedade Internacional da Aids no Canadá, um estudo de caso foi apresentado: uma adolescente que mora na França controlou o vírus no seu corpo depois de ter abandonado o tratamento tradicional contra a Aids.

Porém, a comunidade científica segue os estudos para entender como isso aconteceu e, cada vez mais cautelosa, deixa claro que isso pode ter sido uma exceção ou uma repetição do que já ocorreu nos EUA, quando um bebê ficou nas mesmas condições, mas dois anos depois, os sintomas voltaram.

A partir disso, você se pergunta: “parei de tomar o coquetel, o que pode acontecer?”, a resposta mais sensata é: não pare de tomar o seu coquetel, pois você pode está abrindo as portas para que o vírus contamine outras células sadias do seu corpo ou fique mais forte frente aos antirretrovirais e acelere os problemas de saúde.

Dados do HIV no Brasil

Apesar de necessário, o coquetel para controlar a doença causa diversos efeitos colaterais

O trabalho do coquetel consiste, sobretudo, em impedir que o vírus não se ligue à célula saudável do paciente (Foto: depositphotos)

Os remédios que formam o coquetel para HIV estão disponíveis no Sistema Único de Saúde brasileiro desde 1996. Algumas combinações são mais recentes. Um levantamento realizado por pesquisadores mostra que 353 mil pessoas peguem os medicamentos com a rede pública de saúde. No entanto, o número de pessoas infectadas é bem maior: chegando a quase 800 mil casos em nosso país.

Dos dados oficiais, 59% dos pacientes moram no Sudeste, 19% no Sul, 12% no Nordeste, 6% no Cetro-oeste e 4% no Norte no Brasil. As informações dão conta ainda que cerca de 33 mil novos casos são notificados por ano por aqui e que nos últimos 20 anos houve uma redução de 20% no número de infecção pelo vírus no mundo inteiro, que conta com 33,5 milhões de pessoas infectadas.

A nível planetário, existem 22 milhões de pessoas contaminadas na África, cinco milhões no Leste europeu, três milhões no restante do Velho Continente, dois milhões na América do Norte e Central, outras dois milhões na América do Sul e 59 mil na Oceania.

Veja também: Descubra quais foram as piores epidemias ao longo da história

Vale a pena tomar o coquetel para HIV?

Apesar dos efeitos colaterais, é extremamente importante que o paciente faça uso regular dos remédios que fazem parte do coquetel para HIV.

A combinação das suas funções são aquelas que vão garantir uma melhor qualidade de vida para quem tem o vírus, impedindo que ele se reproduza, se una ou contamine as células saudáveis do seu organismo.

Se você está passando por essa situação, não hesite em procurar auxílio psicológico para enfrentar suas dúvidas e medos. É natural pensar em desistir, mas sempre há outras formas de continuar lutando.

Prova disso, são as inúmeras pessoas que convivem com o vírus e, apesar da rotina extenuante de se tratar e tomar vários remédios, conseguem ultrapassar as dificuldades e ter qualidade de vida.

Busque sempre orientação com o seu médico e conte com ajuda de profissionais multidisciplinares para conduzir seu tratamento: psicólogo e nutricionista são dois profissionais que reduzirão seus anseios e os efeitos colaterais da medicação.

Sobre o autor

Jornalista formada pela Universidade Federal da Paraíba com especialização em Comunicação Empresarial. Passagens pelas redações da BandNews e BandSports, TV Jornal e assessoria de imprensa de órgãos públicos.