Estas pessoas, ao contrário do que o senso comum pode impor, vivem experiências bem semelhantes as das pessoas com a visão saudável.
Portanto, elas trabalham, estudam, saem para se divertir e também usam da tecnologia, inclusive do Facebook. Neste último caso, por exemplo, seria necessário ter ferramentas que indicassem descrições das imagens que são propagadas.
Assim surgiu o #PraCegoVer, um projeto que saiu dos livros para a internet a partir da professora especialista em educação especial na perspectiva da educação inclusiva, Patrícia Braille. A docente, que também escreve livros, já utilizava desta ferramenta em suas obras na descrição das imagens.
Mas, foi levando em consideração a crescente utilização do Facebook que a professora sentiu a necessidade de expandir o projeto virtualmente. E desta forma várias páginas e pessoas estão aderindo a esta hashtag em suas postagens.
Para utilizar esta ferramenta é realmente muito simples. Basta que na publicação, após colocar a legenda normalmente, o usuário adicione o #PraCegoVer e em seguida, faça uma descrição da imagem. Por exemplo, primeiro escreve o que se trata, se é foto, desenho, charge, tirinha, ilustração etc.
Depois é bom especificar se ela tem algum efeito exclusivo de cor, preto e branco, sépia, cinza entre outros. Vale ressaltar, porém, que se a foto for colorida, não é preciso adicionar na descrição, uma vez que o usuário vai especificar as cores de cada item que compõe a imagem.
Depois, é só descrever o que contém na foto seguindo a sequência da escrita e leitura ocidental, isto é, da esquerda para direita e de cima para baixo. Para compreender melhor, basta procurar na internet páginas no Facebook que já utilizam esta ferramenta e auxiliam a leitura dos deficientes visuais, como no próprio Face da Coca-Cola [1] e no do Conselho Nacional de Justiça [2].
Feitas as descrições após a hashtag, estas são reproduzidas em aplicativos de áudio descrição, o que facilita entendimento dos deficientes visuais e os incluem dentro da tecnologia.