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Corporações de Ofício

As Corporações de Ofício eram associações, surgidas na Idade Média, que reuniam trabalhadores (artesãos) de uma mesma profissão com o objetivo de regulamentar diversas atividades e defender os interesses dos artesãos. Existiam várias corporações de ofício, como, por exemplo, alfaiates, sapateiros, carpinteiros, ferreiros, construtores, dentre outras.

Na Idade Média, os artesãos eram pessoas muito respeitadas dentro da sociedade, pois saber fabricar algum objeto essencial para os camponeses ou nobres era ter um dom. Neste contexto, as Corporações de Ofício surgiram pela necessidade de regulamentar o trabalho dos artesãos, defendendo os seus interesses trabalhistas e econômicos, e era baseado em algumas regras.

O funcionamento

As Corporações de Ofício estavam presentes em praticamente todas as cidades com mais de 10 mil habitantes, reunindo trabalhadores de uma mesma profissão. É importante ressaltar que o indivíduo não podia trabalhar em mais de uma corporação, caso isso ocorresse, ele poderia ser expulso da cidade sem direito de defesa alguma.

Os trabalhadores que exerciam as mesmas funções se reuniam para determinar alguns pontos, como o preço, qualidade e quantidade de produção, margem de lucro, aprendizado, vendas, hierarquia de trabalho etc. No caso dos produtos, havia algumas variações. Por exemplo, somente artigos como pão, vinho, cerveja e cereais possuíam os preços regulamentados pelas associações, ao contrário de produtos como ferro e o carvão, que tinha liberdade para a determinação do preço.

A religião foi uma inspiração para a criação das Corporações de Ofício, pois as confrarias eram associações que possuíam um santo patrono.

Corporações de Ofício

Foto: Reprodução

A organização

As Corporações de Ofício eram bastante organizadas, servindo também como um ambiente de aprendizado do ofício e de estabelecimento de uma hierarquia de trabalho. A organização interna destas associações possuía uma rígida hierarquia como base, sendo composta por Mestres, Oficiais e Aprendizes.

  • Mestres: Eram os donos da oficina e tinham muita experiência em seu ramo de trabalho. Eles detinham o conhecimento, as ferramentas e a matéria-prima, sendo responsáveis por passar todo o aprendizado aos aprendizes e escolher os oficiais. A posição de Mestre era bastante almejada, pois era social e economicamente gratificante;
  • Oficiais: Os oficiais tinham uma boa experiência na área em que atuava e recebiam salário pela sua função, passando um tempo exercendo o que foi aprendido. Pode ser considerada uma fase intermediária entre a função de mestre e a de aprendiz. Para alcançar a posição de Mestre, era necessário passar por uma prova e pagar uma taxa;
  • Aprendizes: Eram jovens no início da carreira que estavam na oficina para aprender o trabalho com o Mestre. O tempo de aprendizado poderia durar até 12 anos e era a condição para atingir a função de Oficial.

Sobre o autor

Formada em Letras (Licenciatura em Língua Portuguesa e suas Literaturas) pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), com certificado DELE (Diploma de Español como Lengua Extranjera), outorgado pelo Instituto Cervantes. Produz conteúdo web, abrangendo diversos temas, e realiza trabalhos de tradução e versão em Português-Espanhol.