Conhecido como o sábado negro, o dia que marcou como ponto culminante da crise aconteceu em 27 de outubro, quando um avião espião americano foi abatido em Cuba. As negociações se tornaram ainda mais difíceis e a guerra parecia cada vez mais próxima.
Durante 13 dias de muito suspense, o mundo ficou esperando a possível guerra nuclear, mas no dia 28 de Outubro, após conseguir uma futura retirada de mísseis americanos da Turquia – secretamente –, concordou em remover os mísseis de Cuba. Com isso, houve inclusive interrupção da programação de todos os canais federais dos Estados Unidos, transmitindo a mensagem de Kruschev.
“Nós concordamos em retirar de Cuba os meios que consideram ofensivos. Concordamos em fazer isto e declarar na ONU este compromisso. Seus representantes farão uma declaração de que os EUA, considerando a inquietação e preocupação do Estado soviético, retirarão seus meios análogos da Turquia“.
Durante essa crise, segundo alguns documentos que foram revelados somente em 2012 pelo National Security Archive, o Brasil teve uma participação secreta nessas negociações, tendo um papel importante para evitar esse momento de crise. O país enviou, inclusive, no dia 19 de outubro de 1962, um representante à Havana.
Os arsenais nucleares sofriam uma grande tendência de proliferação durante a década de 1960, quando os Estados Unidos, União Soviética e Grã-Bretanha, sob a tensão e o impacto da Crise dos Mísseis de Cuba, concordaram em assinar um acordo, no ano de 1963, que proibia que fossem realizados testes nucleares em alto mar, na terra e no espaço, podendo ser usados somente os testes subterrâneos.
Algum tempo depois, no ano de 1968 foi aprovado pelas duas superpotências, além de outros 58 países, o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, que tinha como objetivo conter a corrida armamentista e limitar os arsenais daqueles países que já possuíam armas nucleares, além de proibir o desenvolvimento dessa tecnologia. Poderiam, no entanto, solicitar dos que já possuíam os artefatos nucleares, mas somente para fins pacíficos.