É possível encontrar semelhanças entre o texto de cunho exclusivamente informativo e a crônica. Tanto o repórter quanto o cronista constituem suas escritas com base em acontecimentos diários. No entanto, o repórter apenas repassa as informações, enquanto o cronista tem a liberdade de conferir à crônica, toques próprios, incluindo-lhe fantasias, ficção e outros elementos que um artigo meramente informativo não possui. Assim, a crônica é considerada por muitos como o meio termo entre a literatura e o jornalismo, sendo o cronista visto como um poeta dos acontecimentos diários.
Geralmente, a crônica é narrada em primeira pessoa, de forma que o próprio cronista “dialogue” com seu leitor. O escritor pode apresentar a sua própria visão sobre determinado assunto, selecionando palavras e desenvolvendo seu estilo próprio, expondo dessa forma a sua visão de mundo, sua maneira pessoal de compreender os acontecimentos aos quais toma conhecimento. É importante que a crônica seja transmitida numa linguagem espontânea e simples, situada entre a linguagem literária e a oral, o que gera uma identificação entre o leitor e o cronista.
A crônica pode ser:
– humorística, na qual o autor faz graça dos acontecimentos cotidianos;
– filosófica, onde o cronista faz reflexões a partir de eventos ou fatos;
– lírica, em que o escritor relata os fatos com sentimentalismo e nostalgia;
– jornalística, apresentando aspectos particulares de fatos ou notícias de qualquer cunha;
– crônica-ensaio, na qual o cronista tece críticas sobre as relações sociais e de poder, de forma irônica.