A descoberta de Calvin e demais cientistas foi divulgada na prestigiada revista científica The Lancet Gastroenterology & Hepatology. “No estudo, que foi revisado e aprovado por colegas, dizemos que agora temos um órgão no corpo que até esta data não era reconhecido como tal”, contou Coffey.
O “novo órgão” é uma dobra dupla da membrana serosa que recobre as paredes abdominais e a superfície dos órgãos digestivos, que junta o intestino com a parede abdominal e faz com que ela permaneça no lugar.
E a descoberta pode abrir portas para novas possibilidades de tratamentos cirúrgicos que envolvem o aparelho digestivo, ajudando a aprimorar métodos que são considerados invasivos e complicados. Além disso, o órgão também pode ser a chave para entender melhor algumas doenças abdominais e digestivas.
Além de proporcionar sustentação e permitir a irrigação sanguínea às vísceras, com os novos estudos envolvendo o mesentério, cientistas pretendem encontrar novas funções para o órgão. Enquanto as novas descobertas não são conclusivas, a grande mudança será no ensino da medicina, que agora considerará o mesentério como um dos quase 80 órgãos do corpo humano que já conhecemos.
“Esse é o próximo passo. Se entendemos sua função, podemos identificar as anomalias, e estabelecer quando há uma doença, ou seja, quando o órgão passa a funcionar de modo anormal”, afirmou Coffey.