A desertificação está relacionada com o despovoamento das áreas onde ocorre, já que estas se tornam improdutivas. Esse fenômeno acontece em áreas áridas, semiáridas e subúmidas secas, e não deve ser confundido com o fenômeno da arenização.
Compreenda um pouco mais sobre a desertificação e saiba onde estão as áreas mais suscetíveis no Brasil!
Índice
A desertificação é um processo de degradação socioambiental que ocorre em áreas de clima seco. O que determina um ambiente desértico [11] é a falta de umidade, assim, ambientes com características climáticas áridas, semiáridas ou subúmidas estão mais suscetíveis a ocorrência deste fenômeno.
Na desertificação há um processo de empobrecimento dos solos. A desertificação acontece em solos com características arenosas, os quais já apresentam baixa umidade. Com a desertificação, estes solos ficam ainda mais expostos e degradados, tornam-se progressivamente menos férteis.
Como a desertificação afeta os solos [12], as atividades humanas em áreas que sofrem com este fenômeno ficam comprometidas por conta da baixa capacidade produtiva. É comum que ocorra, por conta disso, um despovoamento de áreas que sofrem com a desertificação.
Há várias causas para a desertificação, as quais podem ser naturais e também antropogênicas. Algumas causas para o fenômeno da desertificação são:
As interferências humanas são especialmente importantes no processo de desertificação, uma vez que tornam ainda mais fragilizados solos que já ocupam uma região de clima seco e que os condiciona a serem menos férteis.
A desertificação produz consequências ambientais e também para os seres humanos, por isso costuma-se afirmar que os danos são socioambientais. Algumas consequências que o processo de desertificação ocasiona são:
Muitas vezes, os seres humanos usam demasiadamente os recursos naturais sem que haja um adequado manejo destes.
Quando o solo está esgotado de nutrientes, infértil, estas pessoas ou empresas migram, buscando novas áreas onde possam extrair recursos naturais. Deixam para trás a degradação que promoveram, inclusive com áreas que podem nunca se recuperar.
A desertificação ocorre em locais de clima seco – árido, semiárido ou subúmido seco. Portanto, é um fenômeno que ocorre naturalmente, mas que pode ser intensificado pela ação humana, em áreas com baixos índices pluviométricos. As chuvas são escassas ou até nulas nas regiões onde a desertificação acontece.
Estima-se que cerca de 40% da superfície terrestre esteja em condição de suscetibilidade para ocorrência de desertificação. Isso abrange tanto áreas rurais, quanto urbanas, e afeta bilhões de pessoas.
Partes da África, da Ásia e de países da América Latina são especialmente vulneráveis, tanto pelas condições climáticas, quanto pelo tipo de atividade desenvolvido nos solos e as técnicas de manejo ainda precárias. Países da Europa [14] também são vulneráveis a desertificação, sobretudo Portugal, que é o mais afetado pelo fenômeno.
A porção Oeste da América do Sul [15], a região Nordeste do Brasil, bem como porções do Norte e do Sul do continente africano, o Oriente Médio, parte da Ásia Central e o Noroeste da China, a Austrália e ainda o Sudoeste dos Estados Unidos são as partes do globo em que mais se verifica a ocorrência da desertificação.
No Brasil, os estados afetados pela desertificação são enquadrados em um conceito chamado de Áreas Susceptíveis à Desertificação (ASD). O Brasil não apresenta áreas classificadas como áridas, mas apenas o semiárido e locais de clima [17] subúmido seco. Estas áreas são vulneráveis e estão susceptíveis a desertificação.
Todos os estados do Nordeste são passíveis de desertificação, sendo eles: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.
A região de Minas Gerais compreendida dentro do Polígono das Secas também é considerada de risco para desertificação, o que corresponde ao Norte do estado, cerca de 1/3 das terras. O estado do Espírito Santo também é afetado pela desertificação, onde cerca de 24 municípios enfrentam a seca e progressiva desertificação dos solos.
O Ministério do Meio Ambiente do Brasil fornece dados que mostram a dimensão do problema no país, quando estão comprometidos pela desertificação cerca de:
A desertificação é um processo que pode ocorrer naturalmente, mas geralmente é intensificada pela ação humana. Algumas formas de manejo podem ser adotadas em três circunstâncias:
São três instâncias de atuação possíveis e que estão relacionadas com a desertificação. No entanto, são as ações humanas conscientes que evitarão que o processo de desertificação aconteça. Para isso, algumas medidas podem ser eficazes, como:
A Organização das Nações Unidas criou o Dia Mundial de Combate à Desertificação, que é dia 17 de junho.
Essa data serve para reforçar a importância dos cuidados para se evitar a desertificação, sobretudo criando técnicas de manejo adequadas para que as terras não se tornem improdutivas.
Desertificação e arenização são processos diferentes.
– Desertificação: presume a existência de um clima seco, que pode ser árido, semiárido ou subúmido seco. Já a arenização é um fenômeno que ocorre em locais de clima úmido, mas também em solos arenosos.
– Arenização: é formação de bancos de areia em locais com expressiva umidade, ocasionada sobretudo pela retirada da cobertura vegetal dos solos. A arenização ocorre em áreas do Sul do Brasil, sobretudo no Rio Grande do Sul.
» BRASIL. Governo Federal. Ministério do Meio Ambiente. Desertificação. Disponível em: https://www.mma.gov.br/estruturas/259/_arquivos/faq_desertificacao_259.pdf [18]. Acesso em: 16 de junho de 2020.
» BRASIL. Governo Federal. Ministério do Meio Ambiente. Atlas das áreas susceptíveis à desertificação do Brasil. Brasília: MMA, 2007. Disponível em: https://www.mma.gov.br/estruturas/sedr_desertif/_arquivos/129_08122008042625.pdf [19]. Acesso em: 16 de junho de 2020.
» GUERRA, Antonio José Teixeira; JORGE, Maria do Carmo Oliveira. Degradação dos solos no Brasil. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2014.