Dopamina: o que é e seus efeitos no corpo humano

Nesse artigo você vai conhecer o que é a dopamina e quais os efeitos dessa substância no corpo humano. Conheça qual a sua função e quem são seus neurotransmissores. Confira a seguir!

A dopamina é um hormônio neurotransmissor cerebral que desempenha funções importantes em nosso organismo. É conhecido como o hormônio do prazer e do bem-estar, sendo produzido pelo cérebro, numa região conhecida como substância negra. O neurotransmissor é uma molécula que tem como função realizar a comunicação entre um neurônio e outro.

Os neurônios são células especializadas em enviar impulsos nervosos para todas as partes do corpo e isso acontece por intermédio dos neurotransmissores. Os neurotransmissores realizam essa comunicação entre as células.

O cérebro é o local onde nossas sensações e nossas funções motoras são controladas. É também o centro da memória e do intelecto. Cerca de 80% dos neurônios do encéfalo encontram-se no cérebro. O cérebro é dividido em dois hemisférios, direito e esquerdo, unidos por uma região denominada corpo caloso. Cada hemisfério é dividido em quatro regiões denominadas lobos: o frontal, o parietal, o temporal e o occipital.

Conceito de hormônio

Os hormônios são mensageiros químicos transportados pela corrente sanguínea que atuam inibindo ou estimulando órgãos específicos, denominados órgãos alvo. A atuação dos hormônios é específica em células alvo. Essas células apresentam receptores hormonais, que são proteínas localizadas no citoplasma ou na membrana plasmática. Eles se combinam especificamente com as moléculas do hormônio e a resposta ao hormônio se dá quando ocorre essa combinação.

Elemento químico da dopamina

A dopamina é o hormônio do prazer (Foto: depositphotos)

O que é a dopamina?

É um hormônio neurotransmissor que trabalha em parceria com outros hormônios. A dopamina atua nas seguintes áreas: na regulação motora dos movimentos voluntários, no humor, na memória, na atenção e principalmente nas sensações de prazer. Esse hormônio é frequentemente liberado na corrente sanguínea quando saboreamos um alimento que gostamos, durante o ato sexual e a prática de atividades físicas, ou seja, em situações que nos confere bem-estar, excitação e prazer.

A molécula de dopamina está presente numa parte do sistema nervoso chamada circuito de recompensa. Essa parte do cérebro é responsável por todas as atividades que envolve o prazer. É através do circuito de recompensa que o ser humano se sente satisfeito quando consome algo que gosta, passeia, faz sexo, entre outros.

A dopamina é considerada precursora de outros hormônios, como a adrenalina e a noradrenalina, que também estão intimamente relacionados ao prazer. Alimentos como o chocolate, por exemplo, contêm moléculas que interagem com os neurotransmissores e afetam diretamente o circuito de recompensa, liberando mais dopamina no cérebro.

Funções da dopamina

As principais funções são:

1- Conferir sensações de prazer e satisfação
2- Controlar as funções motoras e mentais
3- Regular o sono
4- Combate a depressão e ansiedade
5- Melhora o humor
6- Ajuda na memória
7- Traz sensação de prazer, motivação e alegria.

Veja tambémCoisas comuns que o corpo humano realiza naturalmente todos os dias

Alimentos que aumentam a dopamina

Assim como a prática de algumas atividades que estimulam o prazer e consequentemente, a liberação de dopamina, alguns alimentos também auxiliam no aumento desse neurotransmissor, quando incluídos em nossa dieta. Derivados do leite, abóbora, amêndoa, feijão, nozes, carnes, ovos, frutas como abacate, maçã, melão e banana, ajudam a aumentar os níveis desse hormônio.

Em contrapartida, uma alimentação rica em açúcar e cafeína, diminui os níveis de dopamina, pois ambos alimentos atuam de modo negativo e inibitório a liberação desse hormônio.

Em situações específicas, de desregulação hormonal e baixos índices de dopamina, faz-se necessário a suplementação com medicamentos prescritos somente sob orientação médica. Contudo, uma prática muito recomendada é o desenvolvimento de atividades físicas, que tem a capacidade de estimular a síntese não somente de dopamina, mas também de serotonina.

Baixo nível de dopamina

Uma pessoa com baixo nível de dopamina pode desenvolver um quadro de depressão, ansiedade, baixa capacidade de memorização, concentração e até mesmo Parkinson. Como vimos, uma das funções da dopamina é controlar os movimentos voluntários, sendo assim, o déficit dessa substância acarretará em dificuldade de movimentação, tremores e rigidez, características do Parkinson.

Por ser um hormônio que é liberado em situações de prazer e bem-estar, níveis abaixo da normalidade, causam humor deprimido, desmotivação, desânimo, tristeza, perda da libido e do prazer de modo geral.

Alto nível de dopamina

Se o baixo nível está relacionado à depressão e ao Parkinson, o alto nível está diretamente ligado à Esquizofrenia. Pessoas com excesso de dopamina desenvolvem alucinações a até mesmo psicoses. São indivíduos que vivem mentalmente fora da realidade, com as funções cerebrais desreguladas, comportamentos impulsivos e muitos são psicopatas.

O vício e a dopamina

Como vimos, a dopamina exerce um importante papel no circuito de recompensas, sendo assim, todas as vezes que o ser humano identifica algo que lhe confere prazer, ocorre a liberação desse hormônio. É um ciclo. As drogas, principalmente o tabaco, a maconha e a cocaína, quando consumidas, liberam altos níveis de dopamina no circuito de recompensa. Sendo assim, o cérebro entende que quanto mais drogas ele consumir, mais prazer terá e o indivíduo ficará dependente e viciado.

As drogas são pura ilusão, pois inicialmente, a medida que são consumidas dão uma sensação enorme de prazer e bem-estar. Contudo, com o passar do tempo, o organismo acaba se acostumando com a dose e então, é necessário aumentar o consumo para “ter prazer”. Muita das vezes o usuário chega ao extremo, pois a dose inicial já não lhe causa prazer e então, ele excede. É o caso da overdose.

Veja também: Dependência química, o que é e como é causada

Dopamina inibe a prolactina?

A prolactina é um hormônio produzido por uma glândula que se localiza na base do nosso crânio, chamada adeno-hipófise. A principal função da prolactina é estimular a produção de leite materno durante o pós-parto, mas também participa das respostas inflamatórias do sistema imune, na produção de células sanguíneas, cicatrizações, etc. A prolactina é inibida pela presença de dopamina, ou seja, o excesso de dopamina provoca diminuição de prolactina e vice versa.

Principais neurotransmissores

Existem diversos neurotransmissores em nosso corpo e cada um possui uma maneira de atuar no organismo. Alguns são considerados inibidores e outros excitatórios. Os mais conhecidos são: adrenalina, serotonina, noradrenalina, dopamina, histamina, melatonina, DOPA, glutamato, aspartato, ácido gama-aminobutírico (GABA), glicina, taurina, entre outros.

Referências

» MORAES, Helena et al. O exercício físico no tratamento da depressão em idosos: revisão sistemática. Rev Psiquiatr Rio Gd Sul, v. 29, n. 1, p. 70-9, 2007.

» ESTEVINHO, Maria Fernanda; SOARES-FORTUNATO, J. M. Dopamina e receptores. Revista Portuguesa de Psicossomática, v. 5, n. 1, 2003.

Sobre o autor

Natália Duque é Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.