Esse isolamento japonês foi rompido no ano de 1853, quando os Estados Unidos bombardearam o Japão, instituindo ali o imperialismo estadunidense. O acontecimento dividiu as opiniões dos japoneses, muitos dos quais já cansados dos altos impostos pagos e da repressão sofrida. No entanto, havia também temor em relação ao futuro dos japoneses, sob domínio dos Estados Unidos. Houveram conflitos, como a Revolução Meiji. Ainda que na segunda metade do século XIX, o Japão ainda se encontrava em condição praticamente feudal.
Após muitos conflitos e a vitória Meiji, o Japão se constitui como um governo centralizado na figura do imperador submetendo os chefes xoguns ao seu poder. Foi instaurado uma Monarquia Constitucional a qual vigorou até o fim da Segunda Guerra Mundial. Com estabelecimento do Império o território japonês começou a passar por uma rápida modernização das instituições políticas e sociais dos demais campos. Houveram expressivos avanços também na área da Educação, bem como na economia, com um profundo investimento industrial.
O Japão moldou sua economia conforme premissas do sistema capitalista, tendo como referencial o capitalismo asiático, formando um capitalismo tardio, influenciado tanto pelos conceitos asiáticos, quanto pelos ocidentais. O Japão sofreu profundas transformações ao longo do tempo, especialmente durante o século XX. Antes praticamente colonizado e amplamente influenciado pelos Estados Unidos, após a Segunda Guerra Mundial, modernizou o seu sistema político com uma nova Constituição, estabelecendo uma monarquia constitucional parlamentar bicameral e com os poderes do Estado – Executivo, Legislativo e Judiciário – independentes. Rapidamente se reconstruiu do conflito mundial e configurou-se em uma potência imperialista, destacando-se principalmente no campo econômico.
O Japão foi um dos países arrasados no contexto da Segunda Guerra Mundial, especialmente por apresentarem em seu restrito território poucos recursos naturais e uma expressiva população vitimadas pelas bombas atômicas. Apesar das dificuldades, o Japão apresentou um rápido e profundo desenvolvimento no contexto após a Segunda Guerra Mundial e, em cerca de vinte anos, se destacou como segunda maior economia do mundo.
Apesar de ter sido arrasado no contexto da Segunda Guerra Mundial, o Japão conseguiu se reerguer, em um primeiro momento, com auxílio dos Estados Unidos, potência mundial no contexto, que visavam conter os avanços socialistas no mundo. O crescimento japonês ocorreu a partir dos incentivos à população japonesa para o trabalho, tendo em vista que estes seriam os responsáveis pela reestruturação do país.
Tendo como pano de fundo uma população disciplinada, baixos salários pagos aos trabalhadores e condições deploráveis de trabalhos nas fábricas, o Japão começou a se desenvolver. Esse desenvolvimento rápido gerou também consequências negativas, como a intensa poluição do meio ambiente e degradação do trabalhador. Essas condições fizeram o Japão repensar sua política industrial, mudando ao longo dos anos o foco da indústria de base e química para indústria de bens de consumo, especialmente àquelas relacionadas à tecnologia.
Ainda na década de 1970, o Japão passou a competir com os Estados Unidos em várias áreas da economia. Ainda, nesta mesma década, o governo japonês sentiu a necessidade de organizar seu espaço industrial, tendo em vista o restrito território físico do Japão. Para isso, indústrias como as de base, foram transferidas para outros países, como a Coreia do Sul, Taiwan e até mesmo o Brasil. Além disso, dentro do próprio Japão foi necessária uma reorganização industrial, com a intenção de redistribuir melhor e descentralizar os polos industriais do país, embora ainda hoje a região de Tóquio seja a mais industrializada.
Atualmente, com a organização multipolar mundial, o Japão continua sendo uma das maiores potências econômicas, disputando o cenário asiático com a China. O Japão possui uma política externa mais modesta do que a China, por exemplo, mas mantém relações comerciais com diversos países, especialmente quanto à necessidade de importação de matéria-prima e produtos agrícolas, tendo em vista que o território do Japão possui recursos naturais limitados.
O Japão foi o país que se desenvolveu mais rapidamente no período após a Segunda Guerra Mundial, e esse crescimento econômico possibilitou uma ascensão social aos japoneses, os quais se tornaram reconhecidos produtores e consumidores de tecnologias da informação. Esse crescimento também atraiu vários imigrantes ao Japão, inclusive muitos brasileiros (em sua maioria descendentes). No entanto, em 2002 o Japão sofreu um decréscimo em sua economia, ocasionado especialmente pelos endividamentos e pelo desemprego crescente.
Outra questão relevante em relação à economia japonesa é quanto ao envelhecimento populacional, o que acabou se tornando um empecilho para o constante crescimento da economia. Com as baixas taxas de natalidade e altas expectativas de vida da população, havia um potencial de pessoas ativas no mercado de trabalho. No entanto, conforme a população ia envelhecendo, e tendo menos filhos, o número de pessoas aptas ao trabalho diminuiu. Houve um desequilíbrio na economia. O que no contexto atual tem sido amenizado pelas massivas levas de imigrantes advindos de países em conflitos, os quais acabam se constituindo também como mão-de-obra em países onde há um envelhecimento da população e redução da população economicamente ativa.
A economia japonesa sofreu interferências dos contextos de crise econômica mundial mais recentes, principalmente após 2008, mas apesar disso, tem se recuperado expressivamente. São destaques da economia japonesa a produção e exportação de carros e de peças eletrônicas, produtos com alta demanda no mercado exterior, nos quais os japoneses se destacam pelo emprego de modernas tecnologias.
Atualmente o Produto Interno Bruto (PIB) do Japão fica apenas atrás dos Estados Unidos e da China. Durante um bom tempo, no entanto, o Japão esteve na frente da China em relação ao desenvolvimento, com a ascensão da economia chinesa, o Japão passou a ser a terceira maior potência econômica mundial. Apesar disso, a população japonesa continua tendo um elevado padrão de vida, uma vez que o Japão possui uma renda per capita maior, tendo melhor distribuído os recursos econômicos do que a China, no entanto, ainda pior do que os Estados Unidos no quesito da renda per capta.
Apesar de vários países estarem sofrendo um processo de recessão na economia, o Japão tem apresentado uma taxa de crescimento anual na casa de 1%, resultado este advindo do crescimento das exportações e investimentos no país. A moeda japonesa (Iene) encontra-se desvalorizada, o que acabou por diminuir os níveis de consumo entre os japoneses. Esse fator tem gerado uma deflação no país, ou seja, uma queda nos custos dos produtos.
O Japão tem uma economia fortemente industrial e tecnológica, e por isso, uma demanda de importação de matéria-prima, como aço e alumínio, bem como de recursos energéticos, como carvão e petróleo. Além disso, o país tem investido em recursos energéticos alternativos, como energia produzida através das marés (maremotriz), energia produzida a partir de geotermia (calor interno da Terra) e nuclear.
No setor industrial japonês, destacam-se o campo automotivo, eletroeletrônico e de produção de navios. Além do setor industrial, destaca-se a rizicultura de jardinagem (produção de arroz), bem como o plantio de chás, ainda a sericicultura (criação do bicho da seda), dentre outros. Sendo que estes últimos são, em grande parte, para o abastecimento do mercado interno japonês, uma vez que são produtos amplamente utilizados no cotidiano dos japoneses.
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