Alguns elementos químicos existentes possuem a capacidade de transformar massa em energia, por meio das propriedades de seus átomos. Em alguns elementos, esse processo ocorre naturalmente, no entanto, outros precisam ser estimulados para que esse processo tenha início.
Para que haja o aproveitamento do recurso energético ocasionado por essa transformação, existem dois processos principais, sendo eles: a fissão nuclear (o núcleo do átomo se divide em duas ou mais partículas) e a fusão nuclear (quando dois ou mais núcleos se unem, produzindo um novo elemento). Dentre elas, a técnica mais comum nas usinas nucleares é a fissão (divisão) do átomo de urânio (elemento químico bastante comum, abundante).
Segundo a Eletrobrás, em seu departamento que cuida das questões da energia nuclear, esse tipo de recurso energético apresenta uma série de vantagens, sendo algumas delas:
Atualmente existem no Brasil duas usinas nucleares em funcionamento, as quais estão contidas na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), em Angra dos Reis no Rio de Janeiro. Sendo que neste local estão as duas usinas em atividade no país, que são Angra 1 (em funcionamento desde 1985) e Angra 2 (em atividade desde 2001). Há uma terceira usina que entrará em funcionamento nos próximos anos, e que é uma usina “gêmea” de Angra 2, sendo que as duas contam com o mesmo sistema de funcionamento, que conta com tecnologia alemã.
Segundo a Eletrobrás, as duas usinas nucleares brasileiras são de extrema importância em relação aos recursos energéticos do país, já que juntas produzem um terço do consumo de energia elétrica do Rio de Janeiro, por exemplo. Em termos gerais, as usinas nucleares somam 3% do total energético produzido no Brasil, sendo que a maior geradora de energia no país ainda são as usinas hidrelétricas, justamente pelos abundantes recursos hídricos nacionais.
As usinas nucleares são, inclusive, complementos ao uso de energia provinda de usinas hidrelétricas, de modo que funcionam como elementos regulares dos níveis dos reservatórios das hidrelétricas brasileiras. Isso ocorre porque as usinas hidrelétricas dependem de elementos climáticos, no caso, os índices pluviométricos (chuvas) para que os reservatórios se mantenham cheios.
Quando há um uso demasiado de energia no país, como no caso do inverno, quando normalmente chove menos e as pessoas usam mais energia (aquecedores, chuveiros elétricos com água quente, torneiras aquecidas), as usinas nucleares podem funcionar como recursos complementares de geração energética.
O Brasil conta ainda com uma organização hierárquica que se interessa pelas questões acerca da energia nuclear no país, sendo que seus trabalhos são divididos em duas grandes finalidades, sendo elas Pesquisa e Desenvolvimento e Radioproteção e Segurança.
Há uma responsabilidade muito grande em relação a forma pela qual a energia nuclear é vista e abordada no Brasil, pois não estão em debate apenas investimentos para o aumento da produção, mas também os riscos que esse tipo de energia pode oferecer à população, especialmente por conta da radioatividade. A imagem abaixo demonstra como estão organizados os envolvidos na questão da energia nuclear no Brasil:
Como não poderia deixar de ser, existem riscos envolvidos na produção da energia nuclear, especialmente por conta dos índices de radioatividade registrados. O acidente mais conhecido da história com energia nuclear ocorreu na região da Ucrânia, quando um dos reatores da Usina Nuclear de Chernobyl apresentou problemas no ano de 1986, liberando toneladas de material tóxico na atmosfera, especialmente urânio e grafite, contaminando milhões de pessoas.
No entanto, os acidentes não se esgotaram neste, sendo que em 1979 já havia ocorrido também um desastre na capital da Pensilvânia, na Central Nuclear de Three Mile Island, quando houve um superaquecimento da usina. Felizmente os funcionários detectaram o problema precocemente, e a usina não chegou a explodir.
No Brasil também há o registro de acidente com material radioativo, quando em Goiânia houve uma contaminação com Césio 137, descartado inadequadamente no meio ambiente.
Para saber mais sobre o acidente ocorrido em Goiânia, é possível assistir ao filme “Césio 137, O Pesadelo de Goiânia”, disponível gratuitamente no Youtube no link: https://www.youtube.com/watch?v=O2UiBm4nNMg [9]
» AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (ANEEL). Atlas de Energia Elétrica do Brasil. Parte III – Fontes não-renováveis. Disponível em: <http://www2.aneel.gov.br/arquivos/pdf/atlas_par3_cap8.pdf>. Acesso em 03 ago. 2017.
» BRASIL. Eletrobrás – Eletronuclear. Energia Nuclear. Disponível em: <http://www.eletronuclear.gov.br/Saibamais/Espa%C3%A7odoConhecimento/Pesquisaescolar/EnergiaNuclear.aspx>. Acesso em 03 ago. 2017.
» BRASIL. Eletrobrás – Eletronuclear. Central Nuclear de Angra dos Reis. Disponível em: < http://www.eletronuclear.gov.br/Aempresa/CentralNuclear.aspx>. Acesso em 03 ago. 2017.