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Energia solar no Brasil

A energia solar no Brasil ainda é pouco explorada, apesar da forte vocação do nosso país para tal. Com sol praticamente o ano inteiro, o território brasileiro é um vasto campo a ser explorado.

A energia solar é limpa e renovável. Inicialmente, ela tem um custo mais elevado para realizar as adaptações para a captação da radiação solar. Contudo, com o passar dos meses, ela acaba se tornando mais econômica, além de mais sustentável.

Atualmente, já há até pesquisa para carros movidos a energia solar. Por enquanto, o mercado mais vasto ainda é o residencial ou pequenas empresas. Confira neste artigo a história da energia solar no Brasil, no mundo e as vantagens e desvantagens desse tipo de abastecimento.

História da energia solar no Brasil e no mundo

No mundo, a energia solar foi descoberta no século 19 na França. O nome por trás da invenção foi Edmund Bequerel. Ele acabou descobrindo o potencial da energia solar quando estava estudando os eletrodos.

Em 1839, o físico europeu notou que as placas metálicas do seu experimento produziam uma diferença de energia para mais quando eram expostas à luz. Assim era identificado o efeito fotovoltaico.

A energia solar no Brasil é pouco explorada mesmo tendo abundância de luz solar

As placas para a captação de energia solar são feitas de silício Foto: depositphotos)

Em 1884, o selênio passou a ser utilizado nas placas fotovoltaica. Com uma eficiência de apenas 1%.

Em 1905, Albert Einstein deu um passo importante na história da energia solar. Ele formulou a teoria das bandas de energia e, por isso, ganhou o prêmio Nobel de física de 1923.

Mas somente em 1954 nasceu a primeira célula fotovoltaica com silício, que é até hoje um dos principais elementos das placas que captam energia solar. A partir disso, iniciou-se a modernização da captura de energia solar.

Entretanto, a história oficial do Brasil com a energia solar é recente. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o MME, foi somente em 2014 que aconteceu a primeira contratação de energia solar de geração pública centralizada.

No ano seguinte, houve mais dois leilões, cuja ideia foi desenvolver a indústria solar no Brasil para uso e para reserva. Mas ainda assim, de acordo com artigo ‘Paradigmas da energia solar no Brasil e no mundo’ publicado pela Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental, o país carece de mais investimentos.

Veja também: O que é uma energia solar?

Entenda: “Destaca-se o baixo potencial de aproveitamento da energia solar no território Brasileiro, sendo necessário investimentos e financiamentos por parte do governo, principalmente, para difundir tal tecnologia. Tal fonte de energia, pode ser a solução para acesso à energia elétrica em regiões isoladas, por exemplo, pois o sistema não necessita de grandes linhas de distribuição”.

Dados da energia solar no Brasil

Imagem: Reprodução | MME)

O Ministério de Minas e Energia tem dados atualizados sobre a realizada da energia solar no Brasil. Em 2017, o Brasil contava com 438,3 MW de potência o que correspondia a 15,7 mil instalações. Sendo que o comercial tem mais participação quando o assunto é potência. Já as residenciais contam com mãos usuários, enquanto a indústria concentra a maior potência média.

Mas não só de energia solar fotovoltaica vive o Brasil, e energia solar térmica também ocupa uma parcela desses dados. O MME afirma: “com respeito aos coletores solares para aquecimento de água, as informações indicam a existência de cerca de 13 a 14 milhões de m² instalados. Estimativas mostram uma demanda evitada de energia elétrica próxima de 1.300 GWh, pelo uso dos coletores, o que representa 0,2% da demanda total de energia elétrica de 2016”.

Em termo de território, o Nordeste apresenta os maiores valores de irradiação solar global. Em especial na Bahia com produção de 6,5kWh/m²/dia), pegando uma pequena parte de Minas Gerais.

Imagem: Reprodução | MME)

Ao todo, a irradiação média anual brasileira varia entre 1.200 e 2.400 kWh/m²/ano, acima da média do continente europeu, mas abaixo da Austrália, África, Oriente Médio, Índia, sudoeste dos USA, México, Chile e Peru.

No plano de expansão da Energia Solar no Brasil, estima-se que no ano de 2026, a capacidade instalada em nosso país chegue a 13 GW. Desse número, 9,6 GW será de geração centralizada e 3,4 GW de geração distribuída.

Veja também: Energia solar: Como funciona?

Já em 2050 espera-se que sejam instaladas 78 GW a potência. Já em relação ao aquecimento solar de água, a previsão é que 20% dos domicílios detenham coletores.

Até lá, o governo segue tentando incentivar a captação de energia solar por meio de recursos fiscais para quem se habilita a captar esse tipo de energia, como:

  • Isenção de IPI: o decreto nº 7.212, de 15/06/2010 estabelece que são imunes à incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados, o IPI, quem capta energia solar.
  • Isenção de ICMS: há também a isenção do imposto Sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) para as operações com equipamentos e componentes para o aproveitamento da energia solar.
  • Apoio BNDES: o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES, também tem taxas diferenciadas para projetos de geração de energia solar.
  • Plano Inova Energia: é um fundo criado pelo BNDES para incentivar a pesquisa e inovação nas áreas de geração de energia solar.
  • Redução do Imposto de Importação: a produção de equipamentos de geração solar fotovoltaica tem somente 2% para a alíquota incidente sobre bens de capital.

Energia solar no Brasil e no mundo

Enquanto que no Brasil a energia solar ainda é pouco explorada frente ao seu potencial de produção e consumo, no mundo já existem países que fazem um bom uso dessa fonte limpa e renovável.

O documento do Ministério de Minas e Energia informa que “entre os 15 maiores em geração solar, a Grécia apresentou o maior percentual de geração solar em relação à sua geração total, de 8,2%, seguida da Itália (8,1%). A Espanha fica com o maior fator de capacidade, de 28,3%, em razão da presença de mais de 40% de potência instalada de CSP, boa parte com estoque de calor entre 7 e 8 horas, para gerar nos períodos sem sol”.

Somente os 5 primeiros países listados como captadores de energia solar correspondem a 74% do total mundial. Esse ranking é liderado pela China, Estados Unidos, Japão, Alemanha e Itália.

Veja também: Energia solar: vantagens e desvantagens

A expectativa da Agência Internacional de Energia (IEA), é que em 2050, 11% de toda a energia disponibilizada no mundo seja solar, com destaques para a região produtora da África e Ásia Central. Ou seja, ainda temos muito pela frente.

Sobre o autor

Jornalista formada pela Universidade Federal da Paraíba com especialização em Comunicação Empresarial. Passagens pelas redações da BandNews e BandSports, TV Jornal e assessoria de imprensa de órgãos públicos.