Consiste na oralização do que se passa na consciência do personagem, tendo, portanto, um grande valor psicológico, uma vez que permite o conhecimento do interior do sujeito em questão.
Considera-se que, no solilóquio, a intervenção do escritor é nula, e o personagem comunica-se diretamente com o leitor. É importante ressaltar que esta técnica é organizada conforme padrões lógicos.
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Este recurso literário sempre é feito na primeira pessoa, direcionando o seu discurso ao leitor como se estivesse conversando com um interlocutor que permanece calado o tempo inteiro. Foi utilizado regularmente durante os séculos XVI e XVII, como podemos observar na obra “Hamlet”, de William Shakespeare. O escritor inglês escreveu um dos solilóquios mais famosos da história: “Ser ou não ser, eis a questão” (no original em inglês: To be or not to be, that is the question).
Durante o século XX, este recurso tornou-se bastante frequente nas obras literárias, e também pode ser facilmente encontrado no teatro, em animações, filmes e em óperas. No psicodrama, o solilóquio é compreendido como a técnica em que o diretor “congela” a cena e solicita ao protagonista que exponha os seus sentimentos em voz alta.
O solilóquio é um tipo de discurso que está associado ao monólogo, no entanto, é fundamental traçar as diferenças entre ambos os conceitos.
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No monólogo, o personagem se dirige ao espectador ou leitor; no solilóquio, o enunciador dialoga consigo mesmo, falando em voz alta o que se passa em sua consciência. Existe também diferença do monólogo interior, caso em que as expressões orais se passam no subconsciente do protagonista, ocorrendo a estruturação e emissão de emoções e pensamentos de uma maneira ilógica, sem qualquer coerência.
Os monólogos e solilóquios também têm uma característica em comum: os pensamentos e sentimentos partem de um único ser, não existindo um diálogo entre interlocutores, mas sim um personagem que expõe – em uma tarefa solitária – as suas ideias e sentimentos.