Empregamos a próclise (pronome átono antes do verbo) nos seguintes casos:
-Não o maltratei.
-Nada o perturba.
-Nunca te importunei.
-A pessoa que me contou era minha amiga.
-Conheces o homem por quem te apaixonaste?
-Há pessoas que nos querem bem.
-Quando nos viu, afastou-se.
-É necessário que a deixe no hospital.
-Disse-me que não iria à festa, ainda que a convidassem.
-Aqui se tem amor.
-Sempre me lembro dele.
-Indaguei como se chega lá.
Observação: De acordo com Domingos Paschoal Cegalla, em sua obra “Novíssima Gramática da Língua Portuguesa”, se houver pausa depois do advérbio, este deixará de atrair o pronome, prevalecendo a ênclise.
Exemplo: “Depois, encaminhei-me para ele.” (Said Ali)
-Tudo se acaba.
-Nada me incomoda.
-Pouco se sabe a respeito desse escritor.
-Só me ofereceram um copo d’água.
-O rio, ora se estreita, ora se alarga.
-Deus o guarde!
-A vida lhe seja leve!
-Quanto nos custa dizer a verdade!
-“Que de coisas me disse a propósito da Vênus de Milo!” (Machado de Assis)
-Quando me visitas?
-Quanto me cobrará pela revisão?
A mesóclise é utilizada somente quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito, desde que antes do verbo não haja palavra que exija a próclise.
Exemplos:
-Realizar-se-á, na próxima semana, uma reunião dos dirigentes dos clubes.
-Falar-lhe-ei a teu respeito, na primeira oportunidade.
-“Dir-me-á o leitor que a beleza vive de si mesma.” (Machado de Assis)
Se houver palavra atrativa, a próclise será obrigatória. Observe os seguintes exemplos:
-Não lhe pedirei nada.
-Ninguém se importaria.
É importante ressaltar que, de acordo com o gramático Cegalla, a mesóclise é colocação exclusiva da língua culta e da modalidade literária.
A ênclise (pronome átono após o verbo) é empregada nos seguintes casos:
-“Diga-me isto só, murmurou ele.” (Machado de Assis)
-Dê-me o livro.
-“O anão chegara-se a Inocência, tomando-lhe uma das mãos.” (Visconde de Taunay)
Observação: Se o gerúndio vier antecedido da preposição “em”, ou modificado por um advérbio, a próclise deve ser utilizada.
Exemplos:
-Em se tratando de um caso urgente, nada o retinha em casa.
-Não o achando na rua, voltei desanimada.
-Procure seus amigos e convide-os.
-“Romano, escuta-me!” (Olavo Bilac)
-Todos corriam a vê-la.
-Começou a ignorá-lo.
-“Sabe ele se tornará a vê-los algum dia?” (José de Alencar)