Fernão de Magalhães e a volta ao Mundo

Fernão de Magalhães

Foto: Reprodução

Fernão de Magalhães foi um dos responsáveis e idealizadores da primeira viagem de navegação que daria a volta ao mundo em meados do século XVI, contudo não conseguiu chegar ao seu destino. Como consta em sua biografia, ele não sobreviveu à viagem que fora financiada pelo então rei da Espanha com o objetivo de encontrar novas rotas de comércio de especiarias.

O período durante os séculos XII e XVI foi fortemente marcado pelas inúmeras expedições marítimas realizadas por exploradores como Marco Polo, Bartolomeu Dias, Pedro Álvares Cabral – que em sua viagem às Índias acabaria por descobrir o Brasil em 1500 –, Vasco da Gama, Cristóvão Colombo, Cabot e o próprio Fernão de Magalhães que percorreu o maior caminho dentre todos os outros. O objetivo de todas essas explorações era encontrar novas rotas comerciais e buscar novas especiarias e pedras preciosas em territórios até então desconhecidos.

Naquela época os instrumentos de navegação não eram muito precisos, o que dificultava a viagem, e a falta de informação também era um problema. Muitos exploradores achavam que a África estava, de alguma forma, ligada a Ásia e acreditavam na existência de outro continente logo abaixo do Oceano Índico. Contudo a cada nova expedição, eram aprimorados os conhecimentos sobre navegação e inventado novos instrumentos como a bússola, astrolábio, portulanos – roteiros e descrições de viagens – e quadrantes que garantiam uma rota mais precisa e segura.

A Volta ao Mundo de Fernão Magalhães

Mapa da expedição

Caminho percorrido pela expedição | Foto: Reprodução

A expedição de Fernão de Magalhães que viria a dar a volta ao mundo partiu de Servilha no dia 10 de agosto de 1519 e era formada por cinco caravelas: Trinidad, Santiago, Victoria, Concepción e Santo Antônio, ao todo embarcando cerca de 240 homens. Seu principal objetivo era encontrar uma nova rota comercial para as Índias que não fosse feita através do contorno do continente africano como já era conhecida.

Fazendo cálculos com a ajuda dos irmãos Faleiro, dois cartógrafos portugueses, Fernão de Magalhães acreditava existir uma passagem ao Sul do continente Americano que daria para o Oceano Pacífico. A bordo também estava o italiano Antônio de Pigafetta, responsável por muitas das descrições da expedição e dos relatos do que acontecia durante a viagem como as supostas aparições de três santos: Santa Clara, São Nicolau e São Telmo durante uma forte tempestade que acometia as embarcações. Contudo as aparições não passavam de um fenômeno atmosférico denominado Fogos de Santelmo, que faz com que as tempestades emitam um halo de luz elétrica nos mastros dos navios devido à energia acumulada nas nuvens.

Em Novembro de 1520 a expedição conseguiu finalmente atravessar o estreito ao Sul do continente Americano que dava para o Oceano Pacífico, atualmente conhecido como o Estreito de Magalhães. Somente em Março do ano seguinte conseguiram chegar ao arquipélago de Saint-Lazare, atual território das Filipinas e em 27 de Abril do mesmo ano a expedição perdeu seu idealizador quando Fernão de Magalhães veio a falecer, atingido por uma lança envenenada durante um confronto com habitantes das ilhas.

O retorno

Devido aos perigos da longa viagem praticamente toda a tripulação se perdeu e ao completar seu destino em Maio de 1522, atracando novamente em Servilha, apenas o Victoria permaneceu para contar a história, após enfrentar todos os problemas e ter que se desfazer de parte dos suprimentos para que o navio pudesse seguir viagem, com o surpreendente número de 18 homens dos 240 que havia no começo da expedição. Sendo assim a caravela completou a primeira viagem de volta ao mundo, descobrindo uma nova rota comercial para as Índias e firmando a teoria de que a Terra era redonda.