Esse processo certamente não foi algo rápido, tendo levado milhões de anos para formar as paisagens que hoje são visíveis. Os fiordes ocorrem em regiões frias do globo, porque dependem da ação do gelo para sua constituição. Mas apenas a existência de clima frio não é o suficiente para que haja a sua formação, já que estes são entradas do mar entre as rochas.
Assim, locais nos quais não há saída para o mar, não formam fiordes. Portanto, locais glaciares (muito frios, com formação de geleiras), nem sempre apresentarão fiordes, mas somente se formarão estes arranjos da natureza em locais nos quais há saída para o mar.
De modo geral, são as águas do mar que entram nas lacunas formadas entre os paredões rochosos pela ação da erosão, ocupando um lugar no qual haviam blocos glaciares. Estima-se que esse fenômeno tenha começado durante a última Era Glacial [8] pela qual passou o planeta Terra, a qual teria atingido seu ápice há 25 milhões de anos.
Embora os fiordes da Noruega [9]sejam os mais conhecidos do mundo, existem fiordes em outras partes do globo também.
Os fiordes ocorrem em áreas nas quais as temperaturas cheguem ao nível baixo o suficiente para que haja a formação de geleiras, e as áreas mais propícias ao seu aparecimento são a própria Noruega (Europa Setentrional), a Groenlândia [10](América do Norte), o Chile (ocupa uma faixa costeira entre a cordilheira dos Andes e o oceano Pacífico na América do Sul) e a Nova Zelândia (país insular na Oceania).
Apesar disso, vários outros pontos do globo apresentam a formação de fiordes, como algumas partes da Irlanda, no extremo Norte e Leste da Rússia, na Finlândia e na Suécia, ainda na Dinamarca e na Islândia, na costa Oeste da Escócia e na costa Sul e Oeste do Alasca, na costa do mar Báltico na Alemanha, dentre outros.
Por sua beleza particular, formando paisagens exuberantes, os fiordes são explorados como cenários para o desenvolvimento de enredo de filmes e roteiro de livros diversos.
Existem dois fiordes noruegueses que estão na lista dos Patrimônios da Humanidade pela UNESCO: o Fiordes de Geiranger (ou Geirangerfjord) e Nærøy (ou Nærøyfjord), este último é o braço do fiorde Sognefjord, o mais longo e profundo da Noruega.
O Sognefjord, ou fiorde de Sogn, em seu ponto mais profundo, chega aos 1300 metros, com montanhas ao redor que chegam a quase 2000 metros de altitude. Ambos se destacam por sua expressividade, sendo os fiordes mais profundos e maiores do mundo.
Neste cenário, existem cascatas enormes, bem como penhascos de enorme beleza. Os fiordes Nærøyfjord e Geirangerfjord foram ainda reconhecidos como patrimônio natural número um na região em que estão localizados pela National Geographic Society.
A ideia de haver a formação de fiordes no Brasil parece absurda, uma vez que a constituição destas paisagens está relacionada com o fenômeno da glaciação, o que não ocorre no Brasil, um país tropical. Há, no entanto, quem defenda que existe um único fiorde no território brasileiro, o qual seria, na verdade, uma espécie de “fiorde tropical”, localizado entre São Paulo e Rio de Janeiro.
O Saco do Mamanguá, em Paraty, seria o evento natural que mais se aproxima dos fiordes em terras brasileiras. A diferença é que os paredões não são forrados com gelo, como no caso dos países onde os verdadeiros fiordes se formam, mas sim por Mata Atlântica [11]. A similaridade está no fato de que o mar adentra o continente, assim como ocorre no caso dos fiordes.
É um ambiente que possui grande expressividade turística, pela particularidade da beleza do local.
» O RELEVO da Terra. Capítulo 2. Editora Saraiva. Disponível em: http://cdn.editorasaraiva.com.br/wp-content/sites/24/2017/01/31080443/FORMAS-DE-RELEVO-E-AGENTES-EXTERNOS.pdf [12]. Acesso em: 06 de novembro de 2017.
» UMA EMOCIONANTE experiência com a Natureza. Noruega. Disponível em: https://www.visitnorway.com.br/onde-ir/noruega-dos-fiordes/sognefjord/ [13]. Acesso em: 06 de novembro de 2017.
» VESENTINI, José William. Geografia: o mundo em transição. São Paulo: Ática, 2011.