As fotos de Sebastião Salgado ganharam o mundo ao retratar problemas sociais, situações de trabalho, tribos indígenas e até mesmo a natureza. “Você não fotografa com sua máquina. Você fotografa com toda sua cultura.”, dizia o fotógrafo brasileiro.
Ainda de acordo com Sebastião, a intervenção do fotógrafo se faz com o passado, as ideologias e todo o aparato de ideais do profissional, fazendo com que cada olhar seja único.
Diante de toda a expressividade de Sebastião Salgado, separamos 10 fotos emblemáticas de sua carreira. Confira as imagens e, em seguida, entenda um pouco mais sobre a vida desse fotógrafo.
10 fotografias de Sebastião Salgado
Vida e obras
Nascido em 1944, na cidade de Aimorés, Minas Gerais, Sebastião Salgado Júnior é o único filho homem, entre nove mulheres. Apesar de ter doutorado em Economia, seguiu a carreira de fotógrafo quando morava em Paris, com sua esposa Lélia Wanick Salgado.
“Abandonei tudo e tornei-me um fotógrafo, e comecei a fazer a fotografia que era importante para mim. Muitas pessoas me dizem: você é um fotojornalista, você é um fotógrafo antropologista, você é um fotógrafo ativista. Mas fiz muito mais que isso. Coloquei a fotografia como minha vida”, conta o artista em apresentação no Technology, Entertainment, Design (TED).
O trabalho de Sebastião Salgado como fotógrafo resultou em diversos livros, como “Outras Américas”, “Êxodo”, “Sahel: The End Of The Road”, “Migrações”, “Workers: An Archaeology Of The Industrial Age” e “Gênesis”.
Todas essas obras têm algo em comum: a ausência de imagens coloridas. “Na realidade, nada é preto e branco. Preto e branco é uma abstração, mas essa abstração me permitia devolver todas as gamas de cores que eu queria e concentrar onde queria. Então, naturalmente eu fui em direção ao preto e branco”, explica.
Depois de abandonar a carreira de economista e se dedicar às fotografias, Sebastião Salgado passou a fazer fotos para revistas e jornais de Paris. Desta forma, conseguiu dinheiro para dedicar-se ao seu primeiro trabalho independente chamado de “Outras Américas”.
Durante meses, o fotógrafo conviveu com tribos em diversas regiões da América do Sul, como Andes, Equador, Peru e Bolívia. “Essas fotografias, no fundo, para mim têm um valor muito grande, porque foi o valor de um isolamento muito grande, de uma saudade muito grande, de momentos difíceis.”
“Nos anos 90, de 1994 a 2000, fotografei uma história chamada ‘Migrações’. Tornou-se num livro e num espetáculo. Mas enquanto estava fotografando isto, vivi um período muito difícil na minha vida, a maior parte no Ruanda. No Ruanda, assisti a brutalidade absoluta. Vi centenas de mortes por dia. Perdi a fé na nossa espécie. Não acreditava que fosse possível vivermos mais”, disse no TED.
Após viajar por muitos países, Sebastião Salgado decide retornar à fazenda onde nasceu e, junto à sua esposa, iniciou um trabalho de reflorestamento na área. Assim, surge o Instituto Terra, que atua na região do Vale do Rio Doce, entre os estados de Minas Gerais e Espírito Santo.
Levando em consideração as grandes contribuições sociais, políticas, culturais e ambientais de Sebastião Salgado no Brasil e no mundo, é importante fazer um reconhecimento de suas obras. E além das 10 fotos do fotógrafo mostradas nesse artigo, há ainda muito mais material para ser apreciado.