Para que seja empregado como substantivo a palavra “que” necessita do acompanhamento de um artigo indefinido (um) ou de uma preposição (de) além de receber a acentuação. Ela terá o sentido de “qualquer coisa” ou “alguma coisa”.
Confira no exemplo:
Os protestos no Brasil tiveram um quê de violência.
Neste caso o “que” poderá ser empregado como indefinido, interrogativo ou exclamativo. Confira os exemplos:
-Que show maravilhoso! – exclamativo
-Que horas, por favor? – interrogativo
-Que coisa horrível este incidente. – indefinido
Quando a palavra “que” puder ser substituída por “o qual”, “a qual”, “os quais” ou “as quais” ela terá a função de pronome relativo. Veja o exemplo:
-Peguei o livro que – o qual – estava na última prateleira da biblioteca.
-É lindo o vestido que – o qual – eu usei ontem no jantar.
Sempre que o “que” for equivalente ao “de” terá a função de preposição, em locuções adverbiais como auxiliar de ‘”ter” ou “haver”. Veja o exemplo abaixo:
-Ela teve que levar todos os livros.
-Todo o material terá que ser reutilizado.
Como advérbio de modo o “que” pode ser substituído por “como”.
Exemplo: Que prato mal feito era aquele! (Como aquele prato era mal feito!)
Como advérbio de intensidade a palavra pode ser substituída por “quão” ou “muito”.
Exemplo: Que feias eram aquelas ruas! (Quão feias eram aquelas ruas!)
Que estranha a roupa dela. (Muito estranha a roupa dela.)
Como partícula expletiva não possui função na oração [4], serve apenas para enfatizar algo citado. Nesse caso, a retirada da palavra “que” não altera o sentido da frase.
Confira o exemplo:
-Há dias que não o vejo.
Como partícula interativa o “que” sofre a repetição para dar ênfase à frase.
Exemplo:
-Que coisa que ele fez!
-Que roupas lindas que ela comprou!
Anda que anda e não chega a lugar algum.
Que fossem ou que não fossem, eu estaria lá.
Pode andar o quanto quiser que não vai a lugar algum.
Eles não podem ir até lá, que é muito perigoso.
Aparece sempre no início de uma oração subordinada substantiva.
Havia dito que estaria lá, mas não estava.
Aparece sempre no início de uma oração subordinada adverbial comparativa.
Não há nada melhor que comer chocolate com os amigos!
Aparece sempre no início de uma oração subordinada adverbial causal.
É melhor prestar atenção, que este trecho é muito perigoso.
Neste caso o “que” expressa uma concessão, ou seja, uma exceção à regra.
Leia, moço, um pouco que seja!
O “que” expressa uma consequência do que acaba de ser afirmado.
É tão grande que mal passa na porta.