Na segunda metade do século XVI, principalmente, destacaram-se duas posições antagônicas representadas por aqueles sujeitos que defendiam o Geocentrismo, modelo cujos expoentes principais foram Aristóteles [1] e Ptolomeu, através de um método descritivo.
De outro lado, aqueles que defendiam o Heliocentrismo, cujo expoente foi Copérnico. Apesar de parecer uma discussão já superada, entende-se que ela é muito importante, porque define os aspectos de centralidade e impulsiona a construção dos conhecimentos sobre o cosmo.
Por exemplo, ainda hoje existem pessoas que defendem o Geocentrismo ou teorias afins, apesar das evidências que historicamente foram construídas sobre a questão. Mas de forma bastante ampla, o Heliocentrismo é o modelo utilizado para explicar os fenômenos celestes na atualidade, tendo como centro do Universo o Sol.
O Heliocentrismo é tido como movimento oposto ao Geocentrismo, e o principal pesquisador que se destaca em relação à teoria heliocêntrica é Nicolau Copérnico [2] (1473-1543). O estudioso foi um astrônomo e matemático e teve importantes reflexões quanto ao Heliocentrismo e o Sistema Solar.
A teoria do Heliocentrismo foi muito discutida e, inclusive refutada por muitos. Isso porque, nas percepções comuns e cotidianas, a impressão que os seres humanos têm é de que a Terra é estática e de que são os demais corpos celestes que se movimentam.
O Heliocentrismo mostra que não é assim que funciona, mas que todos os corpos celestes estão em movimento e que o Sol é o centro do Universo, criando a concepção de um Sistema Solar [3].
O Geocentrismo predominou durante muito tempo, colocando a Terra como elemento central no Universo. Assim, ao redor dela estariam em órbita todos os demais astros. A visão Geocêntrica era amparada pela visão religiosa católica, já que se entendia que Deus havia criado exclusivamente a Terra para o desenvolvimento da vida.
Assim, era uma visão centralizadora que denotava a inexistência de qualquer tipo de vida fora da Terra, mesmo com a vastidão de universos hoje reconhecidos pela ciência.
A impossibilidade de sentir o movimento terrestre era uma das alegações utilizadas por aqueles que defendiam o modelo geocêntrico. Segundo eles, a Terra estava parada, estática, e o Sol e a Lua apenas se movimentam, fornecendo o dia e a noite ao planeta Terra.
Os principais pensadores que refutavam a ideia do Geocentrismo e que buscaram desmistificar e compreender cientificamente a questão foram Johannes Kepler (1571-1630), Galileu Galilei [4] (1564-1642) e Isaac Newton (1642-1727). Todos com base na teoria de Copérnico do Heliocentrismo.
A ciência se construiu historicamente através das descobertas possíveis, como a gravidade, a qual mostrou a dinamicidade possível entre os astros no Universo. Hoje, a teoria do Geocentrismo é pouco aceita, excetuando-se alguns grupos que ainda a defendem. No entanto, o Heliocentrismo é a teoria reconhecida como mais adequada.
Os conhecimentos científicos não se esgotam com as descobertas, já que muitas coisas ainda são consideradas como incógnitas aos cientistas. Assim, o conhecimento que se tem hoje sobre a dinâmica do cosmo não está finalizado.
Hoje parece uma tarefa muito simples a observação dos astros e as considerações sobre as características destes. Isso porque, a sociedade tem a sua disposição um vasto campo tecnológico que permite o conhecimento mais aprofundado das condições do que se encontra em uma esfera extraterrestre.
A observação dos planetas, das estrelas e demais corpos celestes é acessível, inclusive, a população comum, não estando mais restrita apenas aos grandes cientistas. No entanto, essa realidade não foi sempre assim.
Por muito tempo, devido a uma escassez de recursos tecnológicos – bem como pela influência de instituições como a igreja – o conhecimento sobre o mundo celeste esteve restrito à uma pequena parcela da população e sofreu interferências de concepções de grupos dominantes.
Das discussões mais acaloradas historicamente está aquela que tem como base o conhecimento sobre o formato da Terra. Durante muito tempo da história da humanidade (cerca de 16 a.C. até 2 d.C.), a ideia que predominava sobre a forma da Terra era de que esta tinha um aspecto plano e circular, como se fosse um disco.
Em momentos posteriores (já no século 6 a.C.), grandes nomes como Pitágoras e Aristóteles mostram que a Terra poderia ser esférica. Ou seja, buscavam conceber a ideia da esfericidade terrestre.
Apesar disso, as ideias que concebiam a Terra como um plano perpassaram o tempo. Mesmo em séculos posteriores (século 17 mais ou menos), os chineses ainda acreditavam que o planeta Terra tinha um formato plano.
Teoricamente, as dúvidas sobre o formato da Terra teriam sido sanadas com a primeira imagem completa do planeta. Ela foi feita em 1972 por astronautas norte-americanos que estavam indo para a Lua.
Na fotografia, a Terra é vista com formato esférico, o que em tese teria sido suficiente para convencer aqueles que ainda alimentavam dúvidas.
No entanto, existem muitas pessoas que não acreditam na ida do homem para a Lua [5], afirmando que existe uma espécie de conspiração que tem como finalidade iludir a humanidade sobre essas questões.
Estes mesmos afirmam que a Terra não é esférica, tendo sido todo o conhecimento acumulado uma ilusão criada por grupos específicos. Para essas pessoas, na verdade a Terra seria plana [6]. Esses grupos são denominados na atualidade de “terraplanistas”.