Geografia

Geocentrismo

Você com certeza já deve ter ouvido falar sobre Geocentrismo ou Heliocentrismo, não é verdade? Esses termos referem-se às teorias que se criaram ao longo do tempo para explicar a localização da Terra.

O conhecimento sobre as características do planeta Terra sempre foi uma necessidade entre as diversas sociedades, as quais buscavam por meios variados (observação da natureza, dos astros, manifestação das divindades) entender como a Terra é e qual a sua dinâmica.

Existem várias concepções sobre a forma do planeta, como plana, esférica, geoide, elipsoide, etc. Da mesma forma, buscou-se historicamente perceber como a Terra está localizada em relação aos demais planetas e astros. Para isso, foram desenvolvidas teorias diversas, sendo as mais relevantes a do Heliocentrismo e a do Geocentrismo.

Estas teorias, por mais simples que pareçam, mudam totalmente a forma como os cientistas concebem e analisam a configuração do sistema de astros. Além disso, elas influenciam todos os demais conhecimentos que a sociedade tem do cosmo.

Geocentrismo ou Heliocentrismo?

Da mesma forma como o formato do planeta Terra ainda gera muitas discussões, a sua localização em relação aos demais astros também é motivo de controvérsias históricas.

Apesar das várias teorias desenvolvidas ao longo do tempo, duas parecem destacar-se pela sua aceitação social e pelo período em que estiveram (Heliocentrismo ainda está) vigentes.

Desenho da Terra e do Sol

O Geocentrismo é a teoria de que a Terra é o centro do Universo (Foto: depositphotos)

Na segunda metade do século XVI, principalmente, destacaram-se duas posições antagônicas representadas por aqueles sujeitos que defendiam o Geocentrismo, modelo cujos expoentes principais foram Aristóteles [1] e Ptolomeu, através de um método descritivo.

De outro lado, aqueles que defendiam o Heliocentrismo, cujo expoente foi Copérnico. Apesar de parecer uma discussão já superada, entende-se que ela é muito importante, porque define os aspectos de centralidade e impulsiona a construção dos conhecimentos sobre o cosmo.

Por exemplo, ainda hoje existem pessoas que defendem o Geocentrismo ou teorias afins, apesar das evidências que historicamente foram construídas sobre a questão. Mas de forma bastante ampla, o Heliocentrismo é o modelo utilizado para explicar os fenômenos celestes na atualidade, tendo como centro do Universo o Sol.

O Heliocentrismo é tido como movimento oposto ao Geocentrismo, e o principal pesquisador que se destaca em relação à teoria heliocêntrica é Nicolau Copérnico [2] (1473-1543). O estudioso foi um astrônomo e matemático e teve importantes reflexões quanto ao Heliocentrismo e o Sistema Solar.

A teoria do Heliocentrismo foi muito discutida e, inclusive refutada por muitos. Isso porque, nas percepções comuns e cotidianas, a impressão que os seres humanos têm é de que a Terra é estática e de que são os demais corpos celestes que se movimentam.

O Heliocentrismo mostra que não é assim que funciona, mas que todos os corpos celestes estão em movimento e que o Sol é o centro do Universo, criando a concepção de um Sistema Solar [3].

O Geocentrismo predominou durante muito tempo, colocando a Terra como elemento central no Universo. Assim, ao redor dela estariam em órbita todos os demais astros. A visão Geocêntrica era amparada pela visão religiosa católica, já que se entendia que Deus havia criado exclusivamente a Terra para o desenvolvimento da vida.

Assim, era uma visão centralizadora que denotava a inexistência de qualquer tipo de vida fora da Terra, mesmo com a vastidão de universos hoje reconhecidos pela ciência.

A impossibilidade de sentir o movimento terrestre era uma das alegações utilizadas por aqueles que defendiam o modelo geocêntrico. Segundo eles, a Terra estava parada, estática, e o Sol e a Lua apenas se movimentam, fornecendo o dia e a noite ao planeta Terra.

Pensadores contra o geocentrismo

Os principais pensadores que refutavam a ideia do Geocentrismo e que buscaram desmistificar e compreender cientificamente a questão foram Johannes Kepler (1571-1630), Galileu Galilei [4] (1564-1642) e Isaac Newton (1642-1727). Todos com base na teoria de Copérnico do Heliocentrismo.

A ciência se construiu historicamente através das descobertas possíveis, como a gravidade, a qual mostrou a dinamicidade possível entre os astros no Universo. Hoje, a teoria do Geocentrismo é pouco aceita, excetuando-se alguns grupos que ainda a defendem. No entanto, o Heliocentrismo é a teoria reconhecida como mais adequada.

Os conhecimentos científicos não se esgotam com as descobertas, já que muitas coisas ainda são consideradas como incógnitas aos cientistas. Assim, o conhecimento que se tem hoje sobre a dinâmica do cosmo não está finalizado.

Discussões sobre o planeta Terra

Hoje parece uma tarefa muito simples a observação dos astros e as considerações sobre as características destes. Isso porque, a sociedade tem a sua disposição um vasto campo tecnológico que permite o conhecimento mais aprofundado das condições do que se encontra em uma esfera extraterrestre.

A observação dos planetas, das estrelas e demais corpos celestes é acessível, inclusive, a população comum, não estando mais restrita apenas aos grandes cientistas. No entanto, essa realidade não foi sempre assim.

Por muito tempo, devido a uma escassez de recursos tecnológicos – bem como pela influência de instituições como a igreja – o conhecimento sobre o mundo celeste esteve restrito à uma pequena parcela da população e sofreu interferências de concepções de grupos dominantes.

Terra, Sol e Universo

Evidências científicas comprovam que a Terra possui um formato esférico (Foto: depositphotos)

Das discussões mais acaloradas historicamente está aquela que tem como base o conhecimento sobre o formato da Terra. Durante muito tempo da história da humanidade (cerca de 16 a.C. até 2 d.C.), a ideia que predominava sobre a forma da Terra era de que esta tinha um aspecto plano e circular, como se fosse um disco.

Em momentos posteriores (já no século 6 a.C.), grandes nomes como Pitágoras e Aristóteles mostram que a Terra poderia ser esférica. Ou seja, buscavam conceber a ideia da esfericidade terrestre.

Apesar disso, as ideias que concebiam a Terra como um plano perpassaram o tempo. Mesmo em séculos posteriores (século 17 mais ou menos), os chineses ainda acreditavam que o planeta Terra tinha um formato plano.

Comprovações e dúvidas

Teoricamente, as dúvidas sobre o formato da Terra teriam sido sanadas com a primeira imagem completa do planeta. Ela foi feita em 1972 por astronautas norte-americanos que estavam indo para a Lua.

Na fotografia, a Terra é vista com formato esférico, o que em tese teria sido suficiente para convencer aqueles que ainda alimentavam dúvidas.

No entanto, existem muitas pessoas que não acreditam na ida do homem para a Lua [5], afirmando que existe uma espécie de conspiração que tem como finalidade iludir a humanidade sobre essas questões.

Estes mesmos afirmam que a Terra não é esférica, tendo sido todo o conhecimento acumulado uma ilusão criada por grupos específicos. Para essas pessoas, na verdade a Terra seria plana [6]. Esses grupos são denominados na atualidade de “terraplanistas”.

Referências
CARVALHO, Edilson Alves de; ARAÚJO, Paulo César de. “Forma e dimensões da Terra“. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Disponível em: http://www.ead.uepb.edu.br/ava/arquivos/cursos/geografia/leituras_cartograficas/Le_Ca_A06_J_GR_260508.pdf. Acesso em 9 de dez. de 2017.