Grávidas podem ‘dar à luz’ depois de mortas

A morte de mulheres grávidas é sempre motivo de muita tristeza e comoção popular. Óbvio, se pensar na morte de um ser humano já é algo suficiente para provocar lágrimas, quem dirá no falecimento de uma mãe com o filho no ventre, não é? Bom, mas segundo a ciência, a morte do filho em alguns desses casos, de forma curiosa e um tanto macabra, pode ser evitada. É que há a possibilidade do corpo da mãe, já depois de morta, “dar à luz” ao filho.

Ocorre que, imediatamente em seguida a morte de um ser humano, as células do corpo têm o seu recebimento de oxigênio suspenso, e, a partir daí, inicia-se o processo de degradação das mesmas. Assim, começa um processo que compreende a multiplicação de bactérias anaeróbias, resultando na formação de gases, a exemplo do dióxido de carbono e metano.

Tais gases acabam provocando no corpo um processo de inchaço drástico. Essa elevação de volume e retenção dos gases dentro do cadáver da gestante causam contrações uterinas, essas que acabam por pressionar o útero e forçar, por meio do canal vaginal, a saída do feto.

Fenômeno macabro é antigo

Há em todo o mundo, desde os tempos mais remotos, registros históricos de gestantes que, depois mortas, expulsaram seus fetos para fora do ventre. O próprio deus da medicina na mitologia grega, Esculápio, foi retirado da mãe quando a mesma já havia morrido no monte Olimpo.

Os médicos, inclusive, no passado, tinham a prática de abrir os abdomes das grávidas mortas na tentativa de retirar os bebês com vida. Até mesmo a Igreja Católica exigia que padres realizassem o procedimento em situações semelhantes, para que os bebês fossem batizados e, assim, ficassem livres do purgatório.

Casos de mulheres dando à luz depois de mortas

O caso mais conhecido e antigo desse tipo de fenômeno ocorreu em 1551. Uma das vítimas da Santa Inquisição deu à luz ao filho horas após ter sido brutalmente assassinada. O saída do feto teria ocorrido enquanto ela ainda estava pendurada numa forca.

Atualmente, devido os métodos como as nações tratam os seus mortos, envolvendo a realização de processos de embalsamento do corpo humano e a aplicação de substâncias químicas para o retardamento da decomposição dos mesmos, as chances desse fenômeno em gestantes mortas é cada vez mais remoto.

Todavia, há ainda alguns poucos registros de casos recentes. Um deles, em 2005 na Alemanha, foi evidenciado envolvendo uma gestante que teve morte decorrente de overdose de heroína. O bebê da mesma foi encontrado exposto até a altura dos ombros, durante a necropsia do corpo da mulher.

Sobre o autor

Jornalista (MTB-PE: 5833), formado em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pelo Centro Universitário UniFavip/Wyden, com experiência em rádio, TV, impresso, web, assessoria de comunicação política e Marketing. Além da iHaa Network, já atuou no portal G1, no Sistema Jornal do Comércio de Comunicação (na TV Jornal/SBT, Rádio Jornal e portal NE10), e também no antigo Jornal Extra de Pernambuco.