De acordo com o dicionário Aurélio, greve significa “recusa, resultante de acordo de operários, estudantes, funcionários e demais cidadãos a trabalhar ou a comparecer onde o dever os chama, enquanto não sejam atendidos em certas reivindicações” ou também pode ser compreendida como um “direito assegurado aos trabalhadores de suspender, total ou parcialmente, de forma coletiva, temporária e pacífica, a prestação pessoal de serviços ao empregador, quando frustrada a negociação ou verificada a impossibilidade de recurso à via arbitral.”
Como visto, greve é um direito de todo trabalhador brasileiro assegurado pela Constituição Federal através da Lei nº 7.783/89, onde é possível encontrar o seguinte texto: “É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.”
É através deste meio que sindicalistas estimulam os trabalhadores de setores diversos a lutarem pelos seus próprios direitos. Desta forma, a classe trabalhadora cobra e exige dos políticos melhores condições de trabalho, salários mais justos e outros direitos.
Geralmente, as greves são feitas através do estímulo e convocação dos sindicatos. As principais entidades sindicais do Brasil se reúnem e estabelecem uma data para chamar toda a classe trabalhadora para tomar as ruas e os locais públicos. Greves gerais acabam tendo uma proporção maior porque se iniciam devido a uma causa que atinge diversos tipos de trabalhadores.
Contudo, o movimento grevista só ganhou mais força após a sua legitimação, em 1988. No entanto, os trabalhadores não podem deflagrar greve sozinhos, é necessário a articulação das centrais sindicais. Estas, por sua vez, só podem declarar se forem autorizadas após assembleia–geral.
De acordo com o site da BBC Brasil, a primeira greve geral do país ocorreu quando ainda não havia nenhuma consolidação de leis trabalhistas, durante o ano de 1917. Neste movimento, aproximadamente 400 funcionários, sendo a maioria deles mulheres, paralisaram as atividades que desempenhavam na fábrica têxtil Cotonifício Crespi na Mooca, em São Paulo.
Entre as pautas que os empregados mais reivindicavam estavam: aumento salarial e redução das jornadas de trabalho. Aos poucos a greve foi se espalhando e outras questões foram sendo exigidas. Durante pouco mais de 30 dias houve parada das atividades e luta nas ruas, até que houve um acordo entre as partes envolvidas. No entanto, o movimento já teria se espalhado para outros locais.
Outra grande greve geral que ocorreu no Brasil aconteceu durante a Ditadura Militar, mais precisamente em 1968. Com baixos salários, os trabalhadores de Contagem, em Belo Horizonte e Osasco, em São Paulo, iniciaram uma paralisação de seus serviços nas fábricas. Após dias de negociação, os grevistas e o governo entraram em um acordo que não beneficiou totalmente as pautas do trabalhadores, mas que foi aceito pelos mesmos.