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A história do grupo JBS e dos seus donos. Conheça como tudo começou

A história da empresa JBS inicia-se em 1953, quando o seu fundador José Batista Sobrinho abre o primeiro negócio na cidade de Anápolis, no estado de Goiás. Chamado de Casa de Carnes Mineira, este foi o primeiro estabelecimento comercial do empreendedor que vislumbrou futuro para empresa na mesma época em que Brasília estava sendo construída.

A partir de 1957, Batista passou a interligar relações com as empreiteiras responsáveis pela construção da nova capital do país. Sendo assim, teve a oportunidade de fornecer carne para os trabalhadores das construtoras e se tornar um dos principais produtores deste tipo de alimento naquela época.

Mas, de acordo com o site oficial da empresa, um dos passos mais importantes da JBS foi a aquisição da primeira unidade frigorífica em 1970, na cidade de Formosa também em Goiás.

História e crescimento da JBS

A história do grupo JBS e dos seus donos

Foto: Reprodução/Agência Brasil

A empresa que tem a junção das três iniciais do nome de seu fundador comprou um frigorífico em Goiás com o intuito de abastecer os trabalhadores que levantaram a capital Brasília. Mas, ainda no ano de 1970, a JBS deu outro passo de crescimento quando criou a marca Friboi, uma união dos nomes frigorífico e boi.

Dez anos mais tarde, a empresa também estava presente em Planaltina, no Distrito Federal. Este avanço representou para a JBS um crescimento no número de abates. Levando em consideração as informações do site da companhia, foram de 100 abates por dia para 300. O resultado desta expansão foi a comercialização das carnes para outras regiões do país, como Sul e Sudeste.

Já na década de 1980, a unidade de Formosa fechou, mas outras unidades foram surgindo, inclusive uma fábrica com seguimento diferente até então. Em 1988, surge a indústria de sabão, que hoje é conhecida como Minuano. Logo depois, o patriarca da família passava o comando da JBS para o filho mais velho chamado José Batista Júnior.

Joesley Batista e Wesley Batista, filhos mais novos de Sobrinho também ganharam cargos importantes dentro da empresa. Com o passar dos anos, o grupo foi comprando frigoríficos endividados e recuperando os empreendimentos por todo o Brasil. Em 2004, a sede administrativa da JBS se instalava em São Paulo e um ano depois já estava presente na Argentina, sendo este o primeiro passo para a internacionalização da empresa.

Em 2006, Joesley se tornou o presidente da empresa e nos anos seguintes o grupo passou a andar em passos largos. 2007 foi o ano de abertura da empresa nos Estados Unidos da América e na Austrália. Com o investimento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o grupo se tornou o maior do seguimento de carne do mundo.

O surgimento da J&F Investimentos

A JBS é a maior processadora de proteína animal do mundo, mas ela está sob o “guarda-chuva” da empresa de investimentos da família Batista chamada de J&F Investimentos. Criada em 1953, o grupo já está em mais 30 países e, além da JBS outras marcas compõem seu portfólio, como Alpargatas, empresa de calçados e vestuários; Vigor, proprietária de produtos derivados do leite; Flora, empresa em segmento de limpeza doméstica e higiene pessoal; Eldorado Brasil, também de segmento de higiene pessoal e da casa; Banco Original, que abrange agronegócios.

Além destas empresas, a J&F Investimentos é dona ainda da Oklahoma e do Canal Rural. Ao todo são 220 unidades espalhadas pelo mundo, gerando riqueza de R$ 174 bilhões, como foi a receita líquida de 2015.

Escândalos envolvendo a J&F Investimentos

Desde 2016 o grupo tem sido alvo de investigações. O primeiro abalo veio com a investigação sobre os aportes de fundos de pensão na Eldorado, quando a Polícia Federal (PF) impediu Wesley e Joesley Batista de exercerem cargos executivos. Em seguida, mas no mesmo ano, houve a operação Carne Fraca, fazendo com que as ações da JBS caíssem.

Já em 2017, um novo escândalo envolvendo a J&F Investimentos. Desta vez com relação a fraudes e irregularidades em aportes concedidos a empresa pelo BNDES. De acordo com informações da Polícia Federal, estima-se que o prejuízo aos cofres públicos brasileiros seja de R$ 1,2 bilhão. Foi através do Banco Nacional que a empresa conseguiu se internacionalizar, hoje o BNDES é dono de 21% das ações da J&F Investimentos.

Outro fato que a polícia busca informações é a respeito das doações de campanhas feitas pela empresa a políticos brasileiros. Foram mais de R$ 300 milhões destinados as campanhas. Segundo depoimento do diretor da JBS, Ricardo Saud, 1.829 candidatos receberam dinheiro da empresa. “Então eu gostaria de deixar registrado que nós demos propina para 28 partidos. Esse dinheiro foi desmembrado para 1.829 candidatos. Eleitos foram 179 deputados estaduais de 23 estados, 167 deputados federais de 19 partidos. Demos propina para 28 senadores da República, sendo que alguns disputaram e perderam eleição para governadores e alguns disputaram a reeleição ou eleição para o Senado”, disse o delator no final do depoimento.

Entre os nomes citados pelo grupo na delação, estão o do senador afastado Aécio Neves (PSDB), que segundo o depoimento de Joesley Batista teria aceitado dinheiro em compra e venda de imóveis. Além de Aécio, o presidente Michel Temer, Dilma Rousseff e Lula também teriam recebido propina, como conta Joesley.

Sobre o autor

Jornalista (MTB-PE: 6750), formada em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo, pela UniFavip-DeVry, escreve artigos para os mais diversos veículos. Produz um conteúdo original, é atualizada com as noções de SEO e tem versatilidade na produção dos textos.