Esse grupo político radical prega que o islamismo deve servir não só para ditar a população religiosa, mas também que seja a cartilha para toda a sociedade, independentemente de ser muçulmana ou não. Além disso, a Irmandade Muçulmana quer que o Estado adote os preceitos do islã para conduzir os países.
Para isso, o código empregado seria a sharia que é um documento que explicita as leis do islamismo. Segundo a EBC, essa característica religiosa é o que mais atrapalha a Irmandade e a faz ser alvo de críticas constantes, pois enquanto uma grande parte dos partidos vai na direção contrária às religiões, a Irmandade Muçulmana não abre mão da sua.
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Quem fundou a Irmandade Muçulmana foi um professor chamado Hassa al-Banna. O ano era 1928 e o país, Egito. A ideia inicial era libertar o país do controle do Reino Unido, que à época colonizava a região. Mas isso só não bastava, eles queriam também afastar todo tipo de influência Ocidental no Oriente.
O slogan no grupo é que o “islamismo é a solução”. O braço mais radical se inspirou em uma seita islâmica chamada Wahabita na Arábia Saudita. Suas maiores inspirações foram dois grupos de rebeldes já bem conhecidos, a rede terrorista Al-Qaeda e o Taleban, com atuações em países como o Afeganistão e o Paquistão.
Apesar do envolvimento do grupo em alguns atentados nas décadas passadas, há mais de 20 anos que a organização não se envolve diretamente em atentados terroristas. Dizendo-se democrática.
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Por conta da sua antiga existência, a Irmandade Muçulmana acabou conquistando inúmeros adeptos. Isso acontece mais com a classe média que a enxerga realmente como um partido político e que acreditam ser ela a melhor solução para os problemas locais.
Durante a Primavera Árabe, um movimento que levou às ruas milhares de pessoas pedindo o fim dos regimes ditatoriais nos seus respectivos países, a Irmandade Muçulmana foi uma das responsáveis pelo levante que derrubou o ditador Hosni Mubarak, em fevereiro de 2011, que dominava o Egito há muitas décadas.
Pela primeira vez, ela concorreu às eleições livres e elegeu o presidente Mohamed Mursi. Apesar disso, o grupo não conseguiu manter-se no poder, pois um golpe de estado no ano de 2013, depôs o então presidente. Quem assumiu em seu lugar foi o ministro da defesa chamado Abdul Fatah Khalil Al-Sisi.
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Atualmente, o líder da Irmandade Islâmica encontra-se preso pelo atual regime e já foi julgado e condenado três vezes: à morte, à prisão perpétua e a 20 anos de prisão.