O Japão convivia com uma baixa grande no exército e para não sacrificar os pilotos veteranos, que poderiam ser usados em outro tipo de ataque, estudantes universitários eram recrutados e incentivados a participar. Eles recebiam geralmente apenas uma semana de aula de voo, onde aprendiam a decolar com uma bomba de 250 quilos, a voar em formação e a abordar e atacar um navio ou uma base terrestre. Não era ensinado a nenhum deles como pousar, pois não seria necessário. Durante esse período os pilotos também eram preparados mentalmente.
Estima-se que mais de 2.500 pilotos tenham se suicidado nos ataques kamikaze, que causaram a morte de quase 15.000 norte-americanos e afundaram e avariaram 276 navios. O maior ataque dos kamikaze aconteceu em Okinawa, onde mais de 300 aeronaves mergulharam ao mesmo tempo sobre uma base dos EUA. Um dos motivos que faziam os japoneses aderirem a esse tipo de ataque era o sacramentado medo da desonra e do fracasso da missão, além do total desprezo pela ideia de ser capturado pelo inimigo – para eles isso era mais temido que a morte.
Apesar dos inúmeros sacrifícios a vitória do país na Segunda Guerra Mundial não foi possível e poucos meses após a rendição da aliada Alemanha, o Japão também teve que ceder. Na noite da rendição o criador das operações kamikaze, Vice-almirante Takijiro Onishi cometeu suicídio por hara-kiri e deixou um bilhete, onde pedia desculpa a todos os pilotos que morreram, pois o sacrifício deles tinha sido em vão.