Foi então, em 1885, no dia 28 de setembro, que uma nova lei também de caráter abolicionista foi promulgada, a Lei dos Sexagenários. O abolicionista pioneiro no processo de promulgação da lei foi o liberal Sousa Dantas, foi ele quem apresentou a proposta ao parlamento. Muito foi debatido sobre tal proposta e a princípio os fazendeiros escravistas se colocaram contra a lei, mas depois acabaram por concordar com ela, desde que os escravos de sessenta anos de idade tivessem um vínculo de trabalho gratuito com seu patrão por três anos. Essa lei de certa forma foi favorável aos patrões, pois escravos com mais de sessenta anos de idade já não teriam mais força suficiente para aguentar o trabalho e estando livres não seria obrigação por parte de seu patrão sustentá-los com comida e moradia.
Esta lei no geral concedeu liberdade para os escravos que tivessem alcançado idade de 60 anos, apesar de os cafeicultores terem conseguido aumentar a idade mínima para 65 anos. Porém, mais uma vez a lei não foi de grande efeito em prática, pois, na realidade não havia quase nenhum negro que conseguisse alcançar essa idade, já que estes sempre foram submetidos a trabalho pesado, castigos físicos e péssimas condições de vida. Apesar de a lei não ter quase utilidade na prática, além de também ter favorecido o lado dos senhores de terra, ela teve grande importância no processo da abolição, pois serviu de base na campanha abolicionista que anos depois conseguiu a sanção da lei Áurea, responsável pelo fim da escravidão.