A característica básica da licença poética é o fato de o escritor se utilizar do que a norma culta consideraria erro para escrever textos criativos, nos quais o autor pôde se expressar mais livremente.
A licença poética está presente na literatura, música e também nas propagandas.
Após conhecer a definição e as principais características da licença poética, vamos ver alguns exemplos para que o conceito fique mais claro e acabe com qualquer dúvida que ainda persista.
Mário Quintana, considerado um dos maiores poetas brasileiros, escreveu, em seu poema intitulado “Indivisíveis”, a seguinte frase: “Meu primeiro amor sentávamos…”. Perceba que, para a norma culta da língua, há um erro de concordância verbal, pois, segundo a regra, o verbo deve concordar com o sujeito. Trata-se de uma licença poética do poeta.
Outros exemplos de licença poética podem ser encontrados em canções de compositores e cantores como Arnaldo Antunes e Adoniran Barbosa. Perceba que o artista conhece muito bem a norma culta da língua e as suas regras, mas, para manter a métrica e ritmo, dar um contexto ao escrito, brincar com o idioma e compor de forma criativa, ele utiliza a licença poética.