A Irlanda, apesar de ser um país pequeno, teve uma contribuição muito grande para a literatura mundial. Apesar de as obras mais conhecidas estarem escritas em inglês, existem ainda muitas obras em irlandês gaélico, antigo e moderno. Possuem uma forte tradição oral de lendas e poesia, e essas tradições da língua tornaram possível a diferenciação entre a literatura irlandesa em inglês da literatura inglesa de outros locais. Os escritores irlandeses apresentam um gosto pela natureza, estilo narrativo com apoio no exagerado ou no absurdo da sátira.
A história da literatura irlandesa
No século V, a religião cristã chegou na Irlanda, impulsionando a literatura irlandesa. No início, antes dessa chegada, a escrita era simples e recebia o nome de ogham, sendo usada para inscrições. Houve então a inserção do latim, que teve expressões adaptadas ao irlandês, resultando no surgimento de uma classe letrada que era composta por leigos, e também por representantes do clero.
Desde o século XIV, no entanto, uma grande parte dos autores irlandeses passaram a usar o inglês para escrever suas obras. No final da Idade Média, a poesia feita em irlandês passou a ser marginalizada, e apenas no século XIX foi considerada de novo parte do folclore.
A poesia e as narrativas das lendas antigas foram as primeiras formas de literatura representadas no país e, no século VI, as manifestações poéticas possuíam cunho religioso relacionado à natureza. A partir do século XIX a escrita moderna começou a surgir, dominando a Irlanda. No entanto, com a Grande Fome, o uso do irlandês prevaleceu em regiões ao sul e oeste do país, e um dos poemas considerados mais famosos da época, era uma sátira criativa de Briam Merriman chamada “The Midnight Court”. No mesmo século, os poetas que usavam o inglês em suas obras, passam a recriar as tradições gaélicas.
Principais escritores
Entre os principais autores irlandeses que marcaram a história da literatura do país, que teve influência mundial, podemos citar:
Edna O’Brien
Nascida em 1932 no Condado de Clare, na Irlanda, a autora mudou-se no ano de 1959 para Londres, onde começou sua carreira como poeta e, logo em seguida, como autora de ficção. Muito criticada no seu país, a autora escreveu romances que foram banidos na Irlanda por conterem o retrato da sexualidade feminina. Ela recebeu muitos prêmios, e foi descrita pelo San Francisco Chronicle como “valiosa herança dos grandes antepassados da literatura irlandesa”. Entre suas principais obras que estão “Dezembros Selvagens”, “A Luz da Noite’ e “James Joyce”.
Samuel Beckett
Samuel Beckett nasceu em Dublin, na Irlanda no ano de 1906. Com 23 anos, o autor foi premiado por seu poema denominado “Whoroscope”, onde faz uso da filosofia de Descartes para retratar a transitoriedade da vida. Recebeu o Prêmio Nobel de Literatura no ano de 1969, e foi um dos fundadores do teatro do absurdo. Entre suas principais obras estão “O Inominável”, “Molloy” e “Primeiro Amor”. O autor ainda escreveu para teatro, onde suas obras envolvem um pessimismo como demonstrado em “Fim de Partida” e “Esperando Godot”.
Oscar Wilde
Nascido em 1854, o autor mostrou sempre grande inteligência e aprofundou-se na leitura de obras clássicas. Houve controvérsias a respeito de sua sexualidade, o que chocou a sociedade inglesa. Entre suas obras mais importantes estão a peça “A Importância de ser Prudente” e “O Retrato de Dorian Gray”.
Bram Stoker
Natural de Dublin, na Irlanda, o autor nascido em 1847 sempre mostrou fascinação por lendas de vampiro. Apaixonado pelo teatro, o autor escreveu contos e romances. Seu romance mais famoso é “Drácula”, em que criou um dos monstros mais famosos do mundo.