O fenômeno foi bastante latente na metade do século XX, ocorrendo no Brasil entre as décadas de 1960 e 1980. Esse é um movimento considerado curto, com elemento associado a urbanização, industrialização, concentração fundiária e mecanização do campo.
Para a sociedade, o êxodo rural pode trazer algumas consequências, sendo elas favoráveis ou não. Entre elas: aceleração da urbanização, expansão desmedida das periferias urbanas, aumento do desemprego e do emprego informal, substituição dos trabalhadores rurais por maquinários, entre outros.
Para a encarregada nacional do Programa no Brasil, Rayne Ferretti, o país está localizado no continente mais urbanizado do mundo, a América Latina, e se configura atualmente como o país mais urbanizado da região.
Dados do último censo, realizado em 2010, indicavam que 84,4% da população brasileira era urbana. A previsão é que, em 2030, esse índice chegue a 91,1% e que, em 2050, toda a América Latina seja 86% urbana.
Rayne Ferretti disse ainda que a urbanização, muitas vezes, é vista como uma oportunidade e uma espécie de motor para o desenvolvimento, mas que os desafios relacionados ao tema persistem.
“A gente identifica algumas necessidades muito especiais para as cidades latino-americanas e caribenhas. Falamos muito dos três ‘R’ do redesenvolvimento urbano, que seriam a Regeneração, a Renovação e Reabilitação das nossas cidades”, afirma.
Na América Latina, especificamente, ela citou problemas de ordem econômica e ambiental, expansão desordenada, segregação socioeconômica e questões relacionadas à saúde, segurança e efeitos da mudança climática. “A América Latina é, ao mesmo tempo, o continente mais urbanizado e também o mais desigual do mundo e a gente não pode fechar os olhos para isso”, completa Ferretti.