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Com a morte de Yaobang, milhares de estudantes da Universidade de Pequim saíram em protesto. Esses universitários encheram a cidade de fotografias dele e levaram coroas de flores em sua homenagem ao Monumento aos Heróis do Povo da Praça da Paz Celestial. O que era apenas uma manifestação de luto se tornou um grande protesto popular. Os estudantes acamparam e dormiram na Praça da Paz Celestial (Tian’anmen). Logo, intelectuais e trabalhadores começaram a se juntar também, todos reivindicando o fim da corrupção burocrática, do desemprego e da inflação, além de pedir uma maior liberdade no país.
Em meados de maio de 1989, a visita de Mikhail Gorbatchev, dirigente russo, atraiu ainda mais estudantes, operários e profissionais de outras cidades e províncias chinesas a se unirem aos protestos. Cientes da presença de correspondentes estrangeiros, os manifestantes ergueram em Tian’anmen uma estátua, que chamaram de Deusa da Liberdade, para assim atrair a atenção do mundo. O objetivo do movimento não era acabar com o comunismo chinês, e sim pedir reformas.
Diante das inúmeras falhas em suas tentativas de desocupação da praça e de calar os protestos, Deng Xiaoping acionou as tropas do exército. Nas noites de 3 a 4 de junho de 1989, civis desarmados foram mortos pelos disparos das armas dos soldados, ou esmagados pelos tanques de guerra. Contra uma população completamente indefesa, o exército usou de toda sua força para massacrar o que se estima ser cerca de 1.300 pessoas, fora as muitas prisões e torturas. O PCC afirma que foram apenas 200 mortos, e justificam suas ações como necessárias, para “evitar uma rebelião contrarrevolucionária que acabasse com o sistema socialista”.
Por mais que o governo chinês e os militares tenham apagado todos os restos da revolta estudantil, e que até hoje esse massacre seja chamado oficialmente apenas de “incidente”, a imagem o rebelde solitário desafiando toda uma linha de tanques de guerra permanece na memória de todo o mundo. No ocidente, essa foto virou símbolo da resistência democrática.