Do grego a = sem – sem metamorfose; caso da traça, em que o ovo origina o animal jovem. Este só difere do adulto no tamanho e no amadurecimento sexual.
Existem dois tipos de desenvolvimento: o direto e o indireto. O direto ocorre em animais que passam por poucas mudanças estruturais do nascimento à vida adulta, como o ser humano. O indireto, que ocorre em animais que têm grandes mudanças estruturais desde o nascimento até a vida adulta, também chamado de metamorfose.
Do grego metamorphosis, que significa transformação, a metamorfose é a mudança no formato do corpo, nos tecidos, nos órgãos, no crescimento, na diferenciação dos animais e em seus modos de vida. Animais como insetos, anfíbios e moluscos [8], passam por estágios larvais até alcançar a vida adulta.
Existem vários tipos de metamorfoses. Um deles ocorre quando há mudança de habitat e de hábitos, como é o caso dos anfíbios e insetos.
A libélula, por exemplo, em seu primeiro estágio de desenvolvimento vive somente na água, já na fase adulta passa a viver também no ambiente terrestre, onde começa a voar.
Com o sapo, assim como acontece com a libélula, em sua fase de girino ele vive apenas no meio aquático, mas na fase adulta, passa a viver também no ambiente terrestre, já como um anfíbios.
Com os insetos, o início de suas vidas é chamado de larva ou ninfa – a denominação depende do desenvolvimento pós-embrionário de cada tipo de inseto. Existe a metamorfose gradual ou incompleta, que é quando o ser já nasce com o formato de um ser adulto, sendo o nascimento de asas o marco visível para notar a transição.
A capacidade de voo de muitas espécies permite-lhes alcançar com facilidade fontes de alimento distantes, além de lhes dar grande poder de defesa e de dispersão. A epiderme impermeável, o tipo de excreção (que economiza água) e o ovo coberto por casca possibilitam sua sobrevivência em ambientes secos.
O holometabolismo ou metamorfose completa é quando o ser passa por quatro fases bem marcadas de transição: ovo, larva ou ninfa, pupa e adulto. Há também a hipermetamorfose, que é quando o inseto passa por várias fases larvais para chegar a próxima fase de transição, a pupa.
– Larva: o animal se alimenta muito e pode passar até meses nessa fase. O mosquito da dengue deixa suas larvas submersas na água limpa e parada, elas se alimentam de matéria orgânica existente no local. Quanto mais quente a temperatura da água mais rápido será o seu desenvolvimento.
– Pupa: o animal está em repouso e sem se alimentar. No caso do mosquito da dengue, essa fase é rápida – entre dois a quatro dias, tempo para que seu exoesqueleto endureça –, ele fica flutuando sob a água e logo passa para a fase adulta.
Os lepidópteros constituem uma das principais ordens de insetos com aproximadamente 146.000 espécies descritas. As borboletas somam na região Neotropical entre 7.100 e 7.900 espécies, ocorrendo no Brasil entre 3.100 e 3.280 espécies. São também chamados de insetos holometábolos, já que sofrem metamorfose completa durante o seu desenvolvimento.
Depois de fecundadas, as fêmeas buscam pela planta onde irão pôr seus ovos. Estes eclodem após alguns dias e deles saem lagartas, que possuem potentes peças bucais mastigadoras e se alimentam vorazmente das folhas da planta onde se encontram.
À medida que cresce (pode chegar até 10 cm), a lagarta muda de pele algumas vezes. O período entre duas mudas é chamado instar. A lagarta deixa de se alimentar no último instar, esvazia o estômago, imobiliza-se e sofre a última muda. Nesse estágio, adquire um revestimento mais escuro e espesso, assumindo a forma característica da pupa (ou crisálida).
A pupa (estágio intermediário entre a larva e o adulto) permanece imóvel, pendurada em galhos de árvores, enrolada em folhas, em buracos no solo ou nos troncos das árvores. Iniciam-se, então, as transformações mais significativas desses insetos.
Os tecidos da larva são digeridos, novos tecidos e órgãos se formam e a lagarta é lentamente transformada em borboleta. Esse processo é conhecido por metamorfose completa, e termina quando o revestimento da pupa se rompe e dela emerge um adulto (ou imago).
O imago já possui todos os sistemas próprios de um adulto e, no caso dos insetos, já se encontra apto para a reprodução. Quando suas asas ficam esticadas e secas, a borboleta estará pronta para voar.
As borboletas adultas têm peças bucais sugadoras e se alimentam do néctar das flores, frutos em decomposição e sais minerais encontrados em solo úmido.
Nesse texto você aprendeu que:
» SILVA, Gabriela Corso Da et al. Diversidade de borboletas Nymphalidae na Mata Atlântica do Parque Municipal da Lagoa do Peri, Florianópolis, SC. 2008.
» DE SOUZA SANTOS, Débora. A metamorfose da borboleta. Revista Com Censo: Estudos Educacionais do Distrito Federal, v. 5, n. 2, p. 157-164, 2018.