Métodos contraceptivos

Os métodos anticoncepcionais ou contraceptivos são aqueles que evitam a gravidez, e eles podem ser de dois tipos: reversíveis ou irreversíveis.

O método reversível é aquele que só evita a gestação enquanto estiver sendo usado, mas que permite o retorno à fecundidade quando se deixa de utilizá-lo. Já o método irreversível é aquele que, uma vez utilizado, faz cessar definitivamente a capacidade reprodutora.

Métodos contraceptivos reversíveis

Existem alguns tipos de métodos contraceptivos reversíveis, são eles: coito interrompido, tabelinha, camisinha, diafragma vaginal etc. A seguir você pode conferir mais detalhes sobre cada um deles!

Mulher segurando camisinha e pílulas

A pílula anticoncepcional e a camisinha são dois dos métodos mais eficazes para evitar a gravidez (Foto: depositphotos)

1. Coito interrompido

É a remoção do pênis da vagina antes da ejaculação. Com esse procedimento, evita-se que os espermatozoides penetrem no corpo feminino.

Porém, há dois riscos: primeiro, pode ser que o homem não consiga controlar o momento da ejaculação; segundo, antes da ejaculação, pode ocorrer a liberação de pequenas quantidades de fluido seminal que contém espermatozoides e aconteça a fecundação. Portanto, não é um método muito eficiente.

2. Tabelinha

Vamos considerar uma mulher com ciclos menstruais regulares que duram 28 dias. A ovulação geralmente ocorre cerca de 14 dias antes da próxima data prevista para a menstruação. Assim, nesse caso, a ovulação ocorre por volta do 14º dia.

Considerando que o ovócito e o espermatozoide permanecem viáveis por certo período de tempo, as relações sexuais devem ser evitadas cerca de 3 dias antes e 3 dias depois da data prevista para a ovulação. No caso, o período fértil poderia ser considerado do 11º ao 17º dia do ciclo.

O problema é que os ciclos variam de mulher para mulher e podem variar até na mesma mulher, por inúmeras razões, até mesmo por fatores de ordem emocional. Assim, a data da ovulação pode não ser o 14º dia.

O inconveniente do método de controle da fertilidade pela abstinência sexual nos dias férteis é haver grande risco de erro de cálculo, podendo ocorrer uma gravidez não planejada. Quanto menos regular for o ciclo menstrual da mulher, maior será a possibilidade do erro acontecer.

3. Camisinha ou condom

A camisinha atua como uma “luva” que se veste sobre o pênis ereto e que serve para reter a ejaculação. Ela deve ser colocada antes da penetração do pênis, recobrindo-o totalmente. É importante deixar uma pequena folga sem ar no ápice da camisinha. Após a ejaculação, o pênis deve ser retirado do corpo feminino enquanto ainda estiver ereto.

Bem empregado, pode ser um bom método anticoncepcional. Além de diminuir o risco de contágio de algumas doenças sexualmente transmissíveis, como Aids, sífilis e outras. A camisinha tem de ser de boa qualidade e, uma vez utilizada, deve ser descartada e nunca reaproveitada.

4. Camisinha feminina ou femidom

Trata-se de um dispositivo feito de polipropileno (menos alérgico do que o látex dos condoms) que parece um pequeno saco, com um aro na borda e outro aro solto no fundo. Esse dispositivo deve ser introduzido na vagina, deixando o aro da borda para fora. O aro do fundo serve como “lastro”, ou seja, mantém o preservativo no lugar.

O pênis deve penetrar no dispositivo. Ao término do ato sexual, gira-se o aro externo, prendendo o conteúdo dentro do preservativo, que então pode ser retirado e jogado fora. A camisinha feminina também protege contra doenças sexualmente transmissíveis, pois impede o contato das secreções dos parceiros.

5. Diafragma vaginal

O diafragma vaginal é uma cúpula de látex ou de silicone, com um aro elástico na borda, que se coloca dentro da vagina, formando uma barreira que bloqueia a passagem dos espermatozoides. É aplicado pela mulher, antes da relação sexual, e deve ser retirado algumas horas depois.

Geralmente, é utilizada também uma geleia espermicida. O diafragma, desde que utilizado corretamente, na medida adequada e estando em boas condições, tem boa eficiência.

6. Espermicidas

Várias substâncias químicas podem agir bloqueando a atividade dos espermatozoides, por isso são chamadas espermicidas. Eles podem ser utilizados na forma de geleias, comprimidos ou espumas que se aplicam na vagina antes da relação sexual. Existem camisinhas que já são vendidas com lubrificante espermicida, o que aumenta sua eficiência.

Os espermicidas não são muito eficientes se forem utilizados como único método anticoncepcional, mas têm a vantagem de serem também antissépticos, diminuindo o risco de infecções transmitidas sexualmente.

7. Dispositivo intrauterino (DIU)

O DIU é um dispositivo de plástico ou metal aplicado pelo médico no interior do útero. Esse dispositivo parece provocar uma hostilidade no interior do útero, o que impede a fecundação e a implantação do embrião.

A eficiência do DIU é bastante alta. O inconveniente é que ele pode fazer a menstruação ficar mais abundante e pode causar cólicas menstruais.

8. Anticoncepcionais hormonais

Os hormônios femininos, em doses adequadas, podem agir impedindo a ovulação. Por isso, são os mais eficientes métodos anticoncepcionais reversíveis que existem até hoje, e sua indicação deve ser feita a critério médico.

O tipo mais conhecido é o que se apresenta sob a forma de comprimido: a pílula anticoncepcional ou simplesmente pílula. Outro tipo de contraceptivo hormonal é o injetável. Existem várias formulações, tanto para uso mensal (uma injeção ao mês) como para uso trimestral (uma injeção a cada três meses). Seu efeito é muito semelhante ao da pílula.

Existe ainda um contraceptivo hormonal de longa duração implantado sob a pele. Tem de ser aplicado e retirado por um médico, por meio de um pequeno procedimento cirúrgico normalmente realizado no próprio consultório. É sugerido principalmente que já tenham tido os filhos desejados, pois se trata de um método para uso prolongado.

Métodos irreversíveis

Como visto, os métodos contraceptivos também podem ser irreversíveis, como é o caso da laqueadura tubária e a vasectomia. Entenda melhor nos próximos tópicos!

1. Laqueadura tubária

Laqueadura ou ligadura tubária é um procedimento cirúrgico em que se interrompe a permeabilidade das tubas uterinas (há várias maneiras de fazê-lo). Com essa interrupção, não há mais a passagem do ovócito,  não ocorrendo o encontro dele com os espermatozoides.

2. Vasectomia

É uma cirurgia em que se secciona o ducto deferente, interrompendo o caminho que seria percorrido pelos espermatozoides. Como essa cirurgia é um procedimento simples, pode ser feita até em consultório com anestesia local. A produção hormonal e todos os demais detalhes do funcionamento do sistema genital masculino permanecem inalterados.

A eficiência dos métodos anticoncepcionais

Os métodos irreversíveis são os mais eficientes de todos, mas eles devem ser utilizados apenas em algumas situações especiais. Dentre os reversíveis, os mais eficazes são os hormonais, depois o DIU, seguido dos métodos de barreira (condom, camisinha feminina e diafragma), e, por último, os comportamentais (“tabelinha” e coito interrompido).

Pílula do dia seguinte

A pílula do dia seguinte só deve ser tomada sob recomendação médica e em situações especiais, após relação sexual sem a devida proteção anticoncepcional. Não deve ser usada com frequência nem como medida padrão para se evitar a gravidez.

Essa pílula impede ou retarda a ovulação e, caso a ovulação tenha ocorrido, dificulta a chegada do espermatozoide até o ovócito. Ela não interrompe uma gravidez que já se iniciou.

Sobre o autor

Natália Duque é Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.