Morfemas – Exemplos e tipos

língua portuguesa possui inúmeras peculiaridades que merecem bastante atenção na hora de estudá-la mais a fundo, por isso é sempre bom revisar aqueles assuntos delicados que sempre acabam pegando muita gente na hora da prova ou mesmo do vestibular.

Os morfemas são, sem dúvida, um desses assuntos e seu conhecimento é essencial para que se possa entender o processo pelo qual as palavras da nossa língua são formadas.

O que é um morfema?

Morfema é a menor partícula com significado existente de uma palavra, e que se reunida a um radical lhe confere um sentido diferente do anterior. Os morfemas podem ser classificados em dois grupos: morfemas gramaticais e morfemas lexicais.

Morfemas - Exemplos e tipos

Foto: depositphotos

Os morfemas gramaticais são aqueles que possuem um significado interno à sua estrutura, gramatical. Exemplo: -s é o morfema gramatical que, na língua portuguesa, traduz a noção de plural. Os morfemas gramaticais também podem ter a função de reunir, nas frases, os vocábulos constituintes. Exemplo: livro de leitura.

Os morfemas lexicais possuem significação externa, relacionam-se ao mundo extralinguístico, constituindo um conjunto aberto, no qual novos elementos podem ser acrescentados. Exemplo: flor, saudade.

Morfemas e suas divisões

Os elementos mórficos de uma palavra dividem-se em: raiz, radical, tema, afixos, desinências e vogal temática. Vejamos cada um mais a fundo:

Raiz – A raiz cumpre a função literal de seu nome, ela serve como base para a formação de diversas palavras, pois contém o núcleo significativo das mesmas. Mesmo com a mudança do radical percebe-se a semelhança entre palavras de uma mesma família por causa de seu significado.

Em sua “Novíssima Gramática da Língua Portuguesa”, Cegalla cita o exemplo da raiz noc, que possui a significação geral de “causar dano”. Assim, se prendem a ela, pela origem comum, as palavras “nocivo”, “nocividade”, “inocentar”, etc.

Radical – Radical é a parte que se repete em quase todas as palavras de uma mesma família, age como segmento lexical de uma palavra.

Exemplos: CERT-o, CERT-eza, in-CERT-eza, a-PEDR-ejar, etc.

Tema – Ao juntarmos a vogal temática ao radical temos, então, a composição do tema da palavra.

De acordo com o gramático Cegalla, nos verbos o tema se obtém destacando-se o –r do infinitivo. Exemplos: CANTA-r, BATE-r, etc.

Afixos – Os afixos vêm do processo de formação da palavra. Se ela recebe uma partícula em seu início, meio ou fim, trata-se então de um afixo que pode possuir diferentes nomenclaturas. São elas: Prefixo (antes da palavra), Sufixo (depois da palavra), Infixo (no meio da palavra).

Exemplos: contradizer, ricaço.

Desinências – A função da desinência é designar as variações de número, tempo e modo para verbos; e, para nomes, as variações de número e gênero.

Exemplos: menin-o, menino-s, am-o, ama-mos, etc. 

Vogal Temática – A vogal temática é o elemento que se junta ao radical e forma o tema de nomes e verbos. Nos verbos distinguem-se três vogais temáticas: a (andar, amar, saltar), e (bater, entender, saber), i (sair, partir, unir).

Sobre o autor

Formada em Letras (Licenciatura em Língua Portuguesa e suas Literaturas) pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), com certificado DELE (Diploma de Español como Lengua Extranjera), outorgado pelo Instituto Cervantes. Produz conteúdo web, abrangendo diversos temas, e realiza trabalhos de tradução e versão em Português-Espanhol.