Para se saber as taxas de mortalidade infantil de uma dada sociedade, são calculadas a partir dos índices de crianças que morrem antes de completar um ano de idade. Foi um índice que interferiu muito na configuração da mortalidade da população em geral, uma vez que em variados períodos históricos houve uma alta mortalidade de crianças nesta faixa etária, ocasionadas pela escassez de acompanhamento das gestantes no período pré-natal, bem como a falta de recursos para acompanhar gestantes de alto risco no parto, e ainda, precárias condições sanitárias no pós-parto, desnutrição, dentre outros.
A alta mortalidade infantil justificava em parte o fato das famílias terem muitos filhos. Assim, como já se sabia que a mortalidade infantil era elevada, as famílias acabavam tendo mais filhos, pois principalmente em um contexto rural, a necessidade de mão-de-obra familiar era fundamental. A expansão das vacinas e antibióticos auxiliou para redução deste índice. Bem como o aumento da higiene pública (descoberta dos riscos dos microrganismos para saúde). Melhorias alimentares atreladas ao aumento do poder de compra das famílias também interferiram nestes índices. Há uma predominância de populações jovens em países subdesenvolvidos, o que significa que as taxas de fecundidade e natalidade ainda se encontram altas.
No Brasil, a mortalidade infantil teve uma redução bastante significativa, especialmente nas últimas duas décadas. Ainda na década de 1990 este índice era muito elevado, quando mais de 50 crianças morriam antes de completar seu primeiro ano de vida, em cada mil nascidos no período de um ano. Os índices de mortalidade infantil estão relacionados com as condições de vida da população, sendo que historicamente a principal causa das mortes de crianças foi a desnutrição. A segunda maior causadora dos óbitos foi a diarreia, ocasionada pela péssima qualidade da alimentação e da água.
Diversos fatores têm influenciado para a melhoria das taxas, como o aumento do acesso ao saneamento básico, o que possibilita que as pessoas tenham água de melhor qualidade, além de deixarem de estar tão expostas aos perigos do esgoto a céu aberto. As quedas nas taxas de fecundidade e natalidade também são dados expressivos que explicam o decréscimo da mortalidade infantil. O grau de instrução das pessoas, bem como a inserção das mulheres no mercado de trabalho também contribuem para redução das mortes. Da mesma forma, os avanços no campo da Medicina, o acesso aos métodos contraceptivos, o acompanhamento das gestantes e recém-nascidos são fatores relevantes para contornar as altas taxas de mortes infantis.
No Brasil, os índices de mortalidade infantil têm melhorado muito, mas em diversos outros países as taxas continuam elevadas, como mostra o gráfico abaixo, comparando os dados da década de 1990 e do ano de 2008:
No Brasil, as maiores taxas de mortalidade infantil são registradas na região Nordeste. As recentes políticas governamentais possibilitaram a redução dos índices, embora eles continuem ainda elevados em relação aos padrões ditos aceitáveis pela ONU (Organização das Nações Unidas). Os estados brasileiros com maiores taxas de mortalidade infantil são Alagoas e Maranhão. Enquanto as menores taxas são registradas nos estados do Sul.
No caso específico do Brasil, são elementos relevantes para redução das taxas de mortalidade infantil aspectos como a vacinação de gestantes e crianças, bem como as instruções para evitar possíveis doenças. A conscientização sobre o aleitamento materno e a correta nutrição infantil são medidas também relevantes. Vários programas do Governo têm como meta a redução dos óbitos infantis, e medidas estão sendo adotadas para alcançar as metas propostas.
Dentre as propostas da ONU para os “Objetivos do Milênio”, uma das medidas é a redução da taxa de mortalidade infantil.
» DAMIANI, Amélia. População e Geografia. 10ª Ed. São Paulo: Contexto, 2015.
» VESENTINI, José William. Geografia: o mundo em transição. São Paulo: Ática, 2011.