Os alimentos passam por um largo processo de produção antes de parar nos pratos. Toda a cadeia de transformação destes produtos coopera para a poluição e, consequentemente, para as mudanças climáticas.
No caso da agricultura, especificamente, este modo de produção resulta na liberação de diversos gases nocivos à atmosfera, como o metano e o óxido nitroso, dois potentes gases contribuintes com o efeito de estufa.
É claro que, quanto maior a produção agrícola, mais degradação esta provoca. Porém, os impactos negativos que esta grande produção provoca atingem o menor produtor ou o agricultor que sobrevive da própria plantação. Por esta razão, o relatório mostra que os mais afetados serão os povos das zonas mais pobres da África subsaariana e do Sul e Sudeste Asiático.
Levando em consideração este efeito, o diretor-geral da organização, José Graziano da Silva, considera apropriado falar sobre fome, pobreza e alterações climáticas de uma só vez, “por um imperativo moral, porque aqueles que hoje mais sofrem são os que menos contribuíram para as alterações climáticas”.
“A menos que sejam tomadas medidas agora para tornar a agricultura mais sustentável, produtiva e resiliente, os impactos das alterações climáticas vão comprometer gravemente a produção alimentar em países e regiões que já enfrentam uma alta insegurança alimentar”, indaga Graziliano logo no prefácio do relatório.
Ainda segundo o relatório da FAO, para manter as temperaturas ideais, é necessário diminuir a emissão de gases de efeito estufa em até 70% até o ano de 2050. Contudo, para que isto se concretize o setor agrícola deve colaborar positivamente, mesmo sendo um processo complexo devido ao grande número de pessoas, órgãos e indústrias envolvidas.
Além disso, os pequenos produtos devem receber apoio das entidades competentes, para que estes consigam se adaptarem ao sistema usando de práticas inteligentes e economicamente viáveis para suas realidades.